quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Meus tipos inesquecíveis

CONSELHEIRO ACÁCIO

Conclusões acacianas: todos os rios correm pro mar, todos os mares marulham, todos os fogos fagulham, nos jogos perde-se ou ganha, na manha fica mais fácil, difícil é levantar de manhã com o pé direito, não pisar na bola, não dar bola pro azar, não assar e nem cozer, rasgar e não coser, cozinhar em fogo lento, soprar com a força do vento, cem por cento natural, outro tanto cultural, com um misto de caboclo, um pouco de castiço, casto de malícia e sem pecado original. Sempre que não me acho recorro ao conselheiro Acácio. Ele é óbvio, mas é sábio e conserva em seus alfarrábios saberes acumulados do futuro e do passado, como se fosse a própria ciência, ciente até do casual, semente do bem e do mal, temente a Deus e ao diabo, carente que nem criança, corrente que nem boato, parente igual pai e mãe, torrente tal multidão, torrado tal qual rapé, parado feito um mané, encimado num boné, mal passado como um filé, mais alegre que pinto em merda, mais faceiro que bode embarcado. Se fosse uma flor o Acácio talvez não fosse uma cássia. Está muito mais pra maria-sem-vergonha ou mesmo bem-me-quer, flores que dão no chão, rosa, jasmim, lírio, margarida, favoritas, preferidas, coloridas, perfazendo buquês, perfumando ambientes e ataviando ataúdes. Há flores para tudo, para abelha e marimbondo, para são e moribundo, raso e fundo, vazio e profundo, franzino e rotundo, serenado e furibundo, diligente e vagabundo, pro começo e o fim do mundo. Este é o Acácio, qualquer dia desses quero lhe apresentar o Sabino, bom menino.

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