sexta-feira, 4 de junho de 2010

Manual de cultura inútil

Quem não tem, tem

Gato com fome come farofa de alfinete, ginete sem lança avança no grito, cabrito com sede toma cachaça, praça sem sombra seara de grama, fama em declínio humildade sobeja, peleja perdida falta de sorte, morte instantanea destino indolor, sabor adstringente remédio eficaz, capataz sem peão aposentadoria, folia sem briga união da família, rodilha sem vasilha chapéu de lavadeira, madeira seca alegria de fogueira, goteira sem chuva luz natural, carnaval sem bloco boca sem dente, gente sem casa olhos da rua, lua sem luz viola sem voz, noz com semente arara sem fome, nome limpo bolso vazio, brio ascendente brilho apagado, soldado dormindo cidade tranquila, mochila na mão estrada de chão, pão comido pão esquecido, ganido no escuro medo no claro, preclaro no claro famigerado no escuro, muro alto segredo em baixa, caixa vazio freguês sem troco, soco no ar hematoma na cara da lua, rua deserta madrugada incerta, meia coberta frio dobrado, pecado original castigo capital, de degrau em degrau se alcança o infinito, o grito é a mensagem, a massagem é o meio, o seio está no meio, o feio está no reio, o pentelho está no relho, o conselho desaconselha,a telha está na teia, a meia está na malha, a palha está na pilha, a pilha está ligada, a tomada está ativa, a furtiva está na fita, a cabrita está no cio, o rio está enchendo, o remendo está rasgado, o recado não foi dado, o dado tem só três lados, o traslado é diferente, o indigente não diverge, converge o conversador, o conversor não converte, adverte o condutor, o cantador desencanta, não espanta o espantalho, ato falho não conta, ponta afiada não fura, cura apressada não sara, cara feia não machuca. Quem não tem cão caça com a caça.