terça-feira, 29 de setembro de 2009

Honduras vencerá!

O twitter abre espaço para uma discussão esclarecedora sobre o golpe de Estado em Honduras. Aqui no Brasil o episódio foi, equivocadamente, reduzido ao lulismo e ao anti-lulismo. Estes chegam ao disparate de tentar justificar a aventura institucional. Alguns ousam a recorrer a própria Constituição hondurenha em sua arrevesada argumentação, como se uma Carta democrática pudesse autorizar investidas contra o Estado de Direito. Mas vamos aos fatos. O presidente Manoel Zelaya não propôs a reeleição. O que ele fez foi tentar incluir na eleição de novembro pedido de referendo sobre a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. Por que A Constituição hondurenha é um documento de legitimidade questionada, por sua origem “autorizada” pelos americanos em 1982, em troca de base para os contra da Nicarágua. É possível mesmo que Zelaya tivesse planos de voltar ao poder, mas não à reeleição, até porque a Constituinte que ele propunha deveria ser convocada exatamente para depois de seu mandato. Usou-se a Constituição como pretexto para se rasgar a própria Constituição. Se houvesse qualquer legitimidade na deposição do presidente, com certeza, não teria tido o repúdio unânime da comunidade internacional. A posição do governo brasileiro é a prática da democracia em sua essência. Como líder continental, o país não poderia omitir-se e o faz autorizado pelo ideal de liberdade de seu povo e autorizado pela OEA, ONU e todas as nações livres do mundo. Graças a esta reação determinada, Honduras voltará à normalidade e a paz voltará a reinar no Continente.

Aconteceu a 29 de setembro

1932 – São Paulo capitula. Depois de agitada reunião da cúpula dirigente da revolução constitucionalista, a qual o general Bertoldo Klinger foi representado por Lísias Rodrigues, o comandante militar rebelde “transmitiu a Vargas o telegrama decisivo, omitindo a frase ‘de acordo com o governo paulista’ que o esboço original continha. ‘Com o fito de não causar à nação mais sacrifícios de vidas nem mais danos materiais,’ declarou, ‘o comando das Forças Constitucionalistas propõe imediata suspensão das hostilidades em todas as frentes, a fim de serem assentadas as medidas para a cessação da luta armada.’ Vargas, as 7.43 h, respondeu instruindo Klinger a enviar um emissário ao quartel-general de Góis Monteiro para tratar das providências necessárias para por fim à luta. Klinger então, por uma troca de telegramas, combinou com Góis Monteiro que o tenente-coronel Osvaldo Vila Bela, seu Chefe de Estado-Maior, partiria de automóvel naquela tarde para Lorena, onde seria recebido pelo recém-promovido general Daltro Filho e conduzido até Cruzeiro.” *

* Stanley Hilton, 1932 A GUERRA CIVIL BRASILEIRA, p 321

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, 2001. p 346.

domingo, 27 de setembro de 2009

Solucionando os soluços

Soluções soluçadas

Deu a louca no twitter. Foi uma semana tão agitada com o indiciamento do primeiro Caim no microblog. Matou o Cid Moreira, mas poderia ter sido qualquer um de nós. É uma loucura sem eira nem beira. Todo mundo quer saber, todos entendem, se ignoram, se protegem, se bajulam neste maravilhoso ócio improdutivo. O Minc avisa pro Longen que não vai participar da maratona do dia da divisão. Chega de dividir. Ele agora, depois daquela, só quer saber de prevenir... o Pantanal. Se cana não vai ser moida no Pantanal, então pra que toda esta moagem? Os senadores desta ré-pública estão votando um projeto de lei permitindo a castração química de pedófilos e predadores. A justificação do senador Gerson Camata é a de que esta raça ruim não tem recuperação, o que explica, mas reduz muito a eficácia da medida, pois assim sendo teríamos que decepar as duas mãos do ladrão, que também é irrecuperável . A língua do fofoqueiro, esta seria excluída da punição radical para não haver problema de vagas nas escolas de libras. Quando terminar o seu mandato de presidente deposto das Honduras, o Zelaya pode mudar-se pro Amapá e se candidatar no lugar do Sarney. Ele tem bigode e veio de fora. Está habilitado. Ou vai pro México montar uma banda cucaracha ou fazer papel de Pancho Vila nos seriados antigos. Começou a agressão física aos índios acampados. Antigamente acampavam apenas os cara-pálidas do MST. Hoje o índio também acampa, até que a tampa desta panela de pressão exploda na cabeça daqueles que voluntariamente trocam solução por soluços. Deus me livre e guarde dos humores do guarda.

TWITTER

SCHIMIDT, novo dirigente do PDT em Mato Grosso do Sul concorda que se não fosse a intervenção no diretório regional, seu grupo seria esmagado pelos andresistas do partido. O GOVERNADOR André Puccinelli continua esquentando a cabeça com o ICMS do gá s boliviano. Ele está convencido que a Petrobrás anda sub-faturando o produto e prejudicando o Estado.HORIZONTES d’Versos é o título do novo livro do acadêmico Rubênio Marcelo, a ser lançado no próximo dia 6 de outubro,as 19.30h na OAB. SUCESSO mais da conta a feira de produtos ecologicamente corretos, promovida pela prefeitura de Campo Grande. Ponto para o secretário Edil Albuquerque, do Desenvolvimento e Turismo .BOSCO DE MEDEIROS, o alto astral, entrevistado esta semana pelo Josino Teodoro no Show da Melhor Idade da Via Morena. Para matar saudade e pensar no futuro. SCHIMIDT deixou claro que vai tratar a pão e água o grupo rival do PDT. Deputado que ficar no partido não vai ter preferência de reduto nem garantia de legenda. VÁRIOS EVENTOS marcaram a semana da árvore e a chegada da Primavera em Campo Grande. Plantio de árvores, campanhas educativas nas escolas e distribuição de mudas. Haja verde!

FRASE

A maior mentira do mundo: Quinta-feira, sem falta, o seu carro vai estar pronto.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Fernando Henrique em Tegucigalpa

Esta crise institucional de Honduras é uma lição de direito internacional a quem nunca se envolveu com as entranhadas curvas e atalhos da diplomacia. A concessão de refúgio, asilo ou que nome tenha, ao presidente Manuel Zelaya pelo governo brasileiro não tem nada de anormal. É próprio de país democrata proteger qualquer cidadão que se sentir ameaçado em seu país por questões políticas. O fato que aos olhos da burocracia acadêmica parece inusitado é o fato de Zelaya haver retornado ao seu país, com todo o risco da aventura, para abrigar-se na embaixada brasileira quando poderia exilar-se em qualquer Estado sem nenhum problema para ele, sua pátria e o país que lhe recebesse. O retorno faz parte de uma logística da comunidade democrática internacional, que não apóia o golpe e exige o retorno de Zelaya. Não convenceu o argumento do golpe no golpe, aventado pelos usurpadores do poder. O recurso da cláusula pétrea contra a reeleição é desculpa do lobo pra comer o carneiro. O que Zelaya propunha era uma Constituinte para modificar a carta magna e aí sim, indicar a reeleição. A democracia não é afeita a este tipo de casuísmo, mas o presidente Zelaya estava apenas seguindo uma tendência atual na América latina. Chaves está tentando na Venezuela, onde a oposição lhe derrotou num primeiro referendo, Evo Morales está forçando a barra na Bolívia, Rafael Correa conseguiu no Equador, através de uma Constituinte questionável, o Menen adotou na Argentina, com a revisão constitucional de 1994 e Fernando Henrique, sem disfarce de ordem jurídica, ignorando a opinião pública e valendo-se de um Congresso ilegítimo e agachado,impôs sua continuação no governo por mais quatro anos.

Acenteceu a 24 de setembro

Um pouco de História do Estado do Pantanal

1801 – Suspenso ataque a Coimbra. Tentando tomar a fortificação portuguesa em constantes ataques desde o dia 16 de setembro, o governador espanhol do Paraguai, d. Lázaro de Ribera, ante a brava resistência de Ricardo Franco, apesar da superioridade numérica de suas forças, desisite de sua missão:
“No dia 24, às 3 horas da tarde recomeçou o inimigo o bombardeio com a artilharia das três sumacas e manteve o fogo até às ave-marias. Como se colocaram longe do alcance dos canhões brasileiros, o forte não respondeu ao fogo.
Pelas nove horas da noite, informa Ricardo Franco, o inimigo ‘tocou a retreta, com a sua música de oboé e zabumba’, e do forte responderam os defensores com ‘dois tambores, rebeca e flauta.’
A seguir as embarcações espanholas começaram a descer o rio, ante o olhar atônito da guarnição, que mal podia acreditar no que via: a poderosa frota, com força suficiente para esmagar a diminuta resistência, batia em retirada.
Fato notável foi que em todo o tempo que durou o assédio, durante o qual houve sete dias de intenso bombardeio e três recontros, não sofreu a guarnição nenhuma baixa. Apenas um defensor foi ferido levemente na cabeça por um estilhaço de pedra.
Os espanhóis, em contrapartida, tiveram vinte perdas entre mortos e feridos.
A vitória dos defensores de Coimbra causou o maior entusiasmo em toda capitania, no resto do Brasil e em Portugal.
O governador Caetano Pinto premiou com promoções e oitavas de ouro os soldados que mais se distinguiram.
A Coroa promoveu Ricardo Franco a coronel e concedeu-lhe o hábito de S. Bento de Avis ‘com 300$000 rs de Tença nas comendas vagas.’ (1)

1896 – Ponce em Nioaque. Senador e deputado estadual, Generoso Ponce é o líder inconteste de Mato Grosso nestes primeiros anos da República. Sua presença é sempre marcada por uma missão política importante:
“A atividade de Ponce é incessante. Chega a Cuiabá em fins de julho e já nos primeiros dias de agosto segue para Nioac. Na longínqua localidade do sul, duas parcialidades em desarmonia estão a pique de conflagrar a região, tão remota na época, por falta de transporte. Antônio Fernandes Trigo de Loureiro, há pouco nomeado chefe de polícia, segue com ele. Todos pensam que só a alta autoridade do chefe supremo do partido e sua habilidade, conseguiriam pacificação.
Consagra o ‘Republicano’ de 24 de setembro de 96, o êxito da missão que durara mês e meio:
‘De volta da vila de Nioac, para onde partiram a 12 do mês pp. com o fim de com seu incontestável prestígio pacificar aquela remota região de nosso Estado, profundamente convulsionada por um movimento sedicioso, acha-se o eminente chefe político Generoso Ponce, que mais uma vez patenteou de maneira eloqüente e expressiva o acrisolado amor que consagra à sua terra natal, prestando-lhe na emergência atual e com sacrifício até de sua própria saúde, um relevantissimo serviço, cuja memória permanecerá imperecível na gratidão de seus coestaduanos’.” (2)
O grande aliado de Generoso Ponce em Nioaque e no Sul do Estado era o coronel Jango Mascarenhas.

1915 – Lei garante monopólio da Mate Larangeira. Através da resolução 725, sancionada pelo presidente Caetano Albuquerque, a Empresa Laranjeira, Mendes & Cia, garante a renovação de seu contrato de arrendamento dos ervais do sul de Mato Grosso, até 1926. O contrato seria assinado a 19 de maio de 1916. (3)

Notas:
(1) Carlos Francisco de Moura, O forte de Coimbra, p 51
(2) Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, p 139
(3) Gilmar Arruda, Círculo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul, p 287

De meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal,Edipan, 2001 pp340, 341 e 342.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Aconteceu a 21 de setembro

Um pouco da História do Estado do Pantanal

1778 – Fundação de Corumbá. Por ordem do governador da capitania de Mato Grosso, com capital em Vila Bela da Santíssima Trindade, e fundada Albuquerque (hoje Corumbá) , à margem direita do rio Paraguai:
“Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e setenta e oito aos vinte e um dias do mês de setembro do dito ano nesta povoação de Albuquerque situada na margem ocidental do rio Paraguai em um assento de terra que decorre para o rio abaixo, e dista a mesma formalidade uma légua pouco mais ou menos aonde o sargento Mor comandante Marcelino Roiz Camponez em observância das ordens do Ilmo. e Exmo. Sr. Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, governador e capitão mór das capitanias de Mato Grosso e Cuiabá, tendo consigo o capitão mór das Conquistas João Leme do Prado e as pessoas abaixo nomeadas e assinadas e o dito sargento mór comandante tomou posse para a Coroa de Portugal mandando levantar uma cruz de pau de lei, limpar terreiro, fazer quartel e acender fogo, caçar nos matos vizinhos, pescar no rio e passear de uma e outra parte do dito terreno dizendo em vozes altas, primeira, segunda e terceira vez: ‘viva el Rei de Portugal’; cujas palavras em igual voz todos os circunstantes repetimos outras tantas vezes. E para de tudo constar aos vindouros mandou ele dito sargento mór comandante fazer este auto que assinou adjunto o capitão mór das Conquistas com os assistentes o alferes dos granadeiros Salvador Roiz de Siqueira, o sarg. da ordenança Manoel Pereira da Silva e os soldados dragões Manoel Jose Correa, Joseph Joaquim de Almeida, Manoel Barbosa e o sargento da Companhia de Pedestres Alexandre Ferreira Neto: Jose Fontoura de Oliveira, que o escrevi e assinei nesta povoação de Albuquerque aos vinte e um dias do mês de setembro de 1778.” (1)

1929 – Circula o primeiro diário de Campo Grande. Tendo como diretor o advogado Eduardo Olímpio Machado, circula a primeira edição de O Diário do Sul, de propriedade da Empresa Jornalística Diário do Sul Ltda. O jornal dedicava-se à propaganda do Centro Cívico Campo-Grandense. (2)

Notas:
(1) Lécio G. de Souza, História de Corumbá, p 120
(2) Rubens de Mendonça, História do Jornalismo em Mato Grosso, p 72

De mwu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, 2001 pp 337 e 338.

domingo, 20 de setembro de 2009

Quem planta cana, colhe tempestade

O perigo não é plantar cana do Pantanal. O perigo é moer cana no Pantanal. O que precisa acabar mesmo é com esta moagem de plantar cana do Pantanal. O Pantanal é intocável. Só o Almir Sater pode tocar o Pantanal. Só a pata do boi pode tocar o Pantanal. Só o jaburu pode cagar no Pantanal. Desenvolvimento sustentado é desculpa para transformar o serrado em carvão Pelo sim pelo não, vamos dizer não. Não ao horário eleitoral gratuito, não às proibições em geral e ao senador cara-de-pau que queria a identificação dos doadores de grana para a campanha eleitoral. Melhor seria a liberdade total da campanha eleitoral, com a volta dos bonés e camisetas, dos comícios animados e dos papéis pregados no poste. A campanha é a festa da democracia. No Brasil as campanhas mais parecem um velório, com vivandeira e tudo. O deputado deu-se ao luxo de atirar a cartilha no lixo. É que segundo ele, a cartilha desaprende. Eu desaprendi lendo jornal, ouvindo rádio e discurso de deputado. Não sou o Armandinho mas dou minhas tuitadas. Não sou o Antonio João mas tenho cá os meus canteiros. Na próxima quero voltar pau de arara pra ver se viro presidente. Quero voltar chuva grossa para me tornar enchente. Ninguém aí vai fazer campanha para os refugiados de Santa Catarina? O Sarney não renunciou, não foi cassado e o caso Sarney parece coisa do passado. Você é contra a nomeação de parente? E se fosse o seu parente? Não ponha sua mão no fogo, nem atire a última pedra, nunca diga sim, nunca diga não, talvez você precise dos dois. Deixe sempre pra depois. Se não fosse pra esperar não haveria fila. A fulana anda fula com esta minha fala fina.

Odilon,um político independente

Por curiosidade o seu nome foi parar na última pesquisa do Ibrape. Alguém o indicou ao Paulo Catanante, diretor do instituto de pesquisa e este inseriu-se como candidato ao governo do Estado e ao Senado. Na primeira surpreendeu com razoáveis 5%, o que não deixa de ser considerável para quem nunca havia sugerido a possibilidade de pleitear um cargo eletivo. Para o Senado, foi simplesmente revelador, nunca inferiores a 14% em quaisquer cenários, deixando para trás políticos calejados como o deputado Valdemir Moka, o senador Valter Pereira e até o pré-candidato da oposição Dagoberto Nogueira, que perde para ele na região da grande Dourados . Tido como paladino da justiça, pelo destemor com que enfrentou o crime organizado, o contrabando e o tráfico de drogas, Odilon de Oliveira ganhou notoriedade nacional, quando a grande imprensa mostrou o esquema de segurança que garante sua vida, ameaçada pelas organizações criminosas que ele, corajosamente, combate.Nordestino de Exu, no Pernambuco, fez o curso de Direito na antiga FUCMAT, atual UCDB. Ele que quando chegou a Mato Grosso na década de 60, ainda adolescente para trabalhar na roça em Jaciara, não sonhava ser juiz e nem mesmo tinha a menor noção do que seria a magistratura, viria a se transformar num dos mais conceituados juizes federais do Brasil, poderá, caso aceite esta reviravolta em sua trajetória, tornar-se a novidade nas próximas eleições, como candidato a senador ou mesmo a governador do Estado. As pesquisas mostram isso e criam uma alternativa para o eleitor, que preferir um político independente para votar em 2010.

De Salomão a Poncio Pilatos

O governador André Pucinelli, depois de quase um ano esquentando a cabeça com o problema do candidato ao Senado do PMDB, esta semana, conseguiu colocar o ovo em pé. Com uma decisão salomônica, lavou as mãos, transferindo a decisão entre o senador Valter Pereira, que pretende a reeleição e o deputado Waldemir Moka, preterido há três eleições, para uma prévia entre os filiados do partido em todo o Estado. O vencedor da eleição será o candidato do PMDB, que tem direito a duas vagas, mas pretende ceder uma delas para um dos partidos ou ao PT, caso numa remota decisão de Brasília, haja uma chapa de conciliação regional. A última prévia que o PMDB realizou em Mato Grosso do Sul foi para a eleição de governador em 1994, quando Wilson Martins foi o candidato vitorioso nas prévias e na eleição contra o então senador Levy Dias. A idéia da prévia naquela ocasião foi então ex-deputado Valter Pereira, que aceitou, sem resistência, a proposta do governador André Pucinelli. A eleição interna deverá ocorrer no primeiro semestre de 2010. Quem perder terá o apoio do outro para deputado federal.

TWITTER

O SECRETÁRIO de Saude do Município de CG, Henrique Mandetta tem uma versão para a H1N1: gripe sarney. Pega toda a família e é dura de sair. A COPAGAZ e outras grandes empresas de Mato Grosso do Sul não patrocinam o futebol profissional do Estado porque não confiam em seus dirigentes. O GOVERNADOR André Puccinelli relutou mas terminou sendo convencido a aderir ao twitter. No começo será atualizado por sua sub-secretaria de comunicação. OS SUPLENTES de vereadores, que reivindicam vagas para assumir, poderão ver seu sonho desmoronar na justiça. É o que sinalizam os presidentes do TSE e STF. VEM AÍ A GRANDE polêmica de instalação de usinas de álcool na bacia do Alto Paraguai, eufemismo para invadir o Pantanal com plantações de cana. FREI GREGÓRIO de Protásio Alves, falecido recentemente, virou nome da rua onde ele construiu na década de 60, a igreja de Fátima, no jardim Monte Líbano. CAMPO GRANDE poderá ter um hospital exclusivo para crianças. A idéia é do vereador e médico Paulo Siufi, cuja iniciativa tem o apoio unânime dos demais vereadores. O PV defende a candidatura própria para governador de MS, mas poderá apoiar candidato de outro partido. A conjuntura dirá.

A maior mentira do mundo: Sua entrevista foi muito boa, logo entraremos em contato.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Aconteceu a 18 de Setembro

Um pouco da História do Estado do Pantanal

1801 – Recrudesce ataque ao forte de Coimbra.
Iniciado no dia anterior pelas tropas espanholas, comandadas por dom Lázaro de Ribera os combates para tomada da fortificação portuguesa tornam-se mais vigorosos:
“...pelas oito horas da manhã, d. Lázaro de Ribera enviou um emissário com a seguinte intimação:
‘Ayer a la tarde, tube el honor de contestar el fuego que V. S. me hizo; y habiendo reconocido que la fuerzas conque voy inmediatamente atacar ese fuerte son muy superiores a las de V. S. no puedo menos de vaticinarle el ultimo infortunio; pero, como los vassalos de S. M. Católica saven respetar lãs leys de la humanidad, aun em medio de lãs misma guerra, requiero, portanto, a V.S. se rinda a las armas de Rey mi Amo, pués de lo contrario, el canõn y la espada decidirán de la suerte de Coimbra, sufriendo su desgraciada guarnicion todas las extremidades de la guerra, de cuyos estragos e verá libre si V. S. conviene com mi propuesta, contestandome categoricamente esta em el termino de una hora.
A bordo de la Sumaca Nuestra Señora del Carmen, 17 de setembro de 1801.
Ricardo Franco, o comandante do forte responde ao governador espanhol:
“Tenho a honra de responder categoricamente a V. Exa. que a desigualdade de forças foi sempre um estímulo que muito animou os portugueses, por isso mesmo a não desampararem seus postos e defendê-los até as duas extremidades ou de repelir o inimigo ou de sepultar-se debaixo das ruínas dos fortes que lhes confiaram; nesta resolução estão todos os defensores deste presídio, que tem a distinta honra de ver em frente a excelsa pessoa de V. Exa.
Coimbra, 17 de setembro de 1801.
Ilmo. e Exmo. Sr. D. Lázaro de Ribeira.”
Esta resposta respeitosamente corajosa “atiçou a ira do comandante espanhol que ordenou mais violento bombardeio que no dia anterior.
Nos quatro dias seguintes continuou a bater o forte de dia e de noite.
Como a nossa artilharia não alcançava as sumacas, os espanhóis as manobravam rio acima e rio abaixo, provocando e vaiando os defensores do forte.
Tão esmagadora era a superioridade do inimigo que houve espíritos timoratos que chegaram a descrer da vitória. O patriotismo e o valor militar de Ricardo Franco, entretanto, sobrepuseram-se a essas fraquezas humanas.
No dia 18, enquanto as sumacas faziam violento fogo contra as muralhas, os espanhóis tentaram um desembarque em canos ligeiras mas foram repelidos com 7 perdas.”
Os ataques sem nenhuma trégua duraram até o dia 24 à noite. (1)

1916 – Gomes vence combate de Água Amarela. O major Gomes, comandando uma força rebelde contra o governo do general Caetano de Albuquerque vence a primeira batalha com o chefe legalista do Sul, coronel Joselito, genro de Pedro Celestino, o principal aliado político do governo:

“O comandante do Regimento Misto, Antonio Gomes, mandou uma patrulha avançada, sob as ordens do tenente Rodrigo Peixoto, que tinha como auxiliar o famoso sargento João Coco, sondar o inimigo. Por sua vez, Zelito fez a mesma coisa, em sentido contrário. O encontro ocorreu no Barro Preto.
Gomes, avisado, manobra rapidamente seus homens, instalando-se junto ao córrego Água Amarela, em local extremamente propício na escarpa dos morros, de tal sorte que a entrada do acampamento era exclusivamente pela Ponte Hu (Ponte Preta). Aí permaneceu em silêncio.
Os legalistas, como disse contavam com uma força heterogênea e armas improvisadas, até facas amarradas em varas compridas, à guiza de lanças. Ostentavam, todavia, indiscutível superioridade numérica, cerca de mil homens contra quatrocentos e não setecentos, como Gomes blazonava. (...)
Ao ultrapassar a Ponte Hu, prosseguiu, vale adentro, sem pressentir que o declive dos morros estava apinhado de soldados inimigos. Na medida em que avançava pela angastura, os rebeldes recuavam pelos flancos, facilitando a penetração. Uma autêntica ratoeira.
Dois pelotões de Gomes contornaram os morros para bloquear a única saída. Quando veio o fogo cerrado, houve inúmeras baixas no regimento invasor. Os homens procuravam em pânico, o caminho de volta pelo desfiladeiro. Seriam todos destruídos não fora a ação de Vicente Jacques, homem bravo, destemido, que resistiu tenazmente ao arremesso inimigo, cobrindo estrategicamente a retirada das tropas governistas. Estas acabaram duramente batidas pelos experimentados guerreiros do major Gomes que, entretanto, registrou algumas baixas, sendo ferido o coronel Ladislau Lima e morrendo, entre outros o destemeroso corneteiro do regimento, abatido no instante em que, numa proeminência do terreno, expondo-se ao perigo, tocava AVANÇAR. No local uma cruz assinala sua bravura, bem junto a uma vetusta bocaiuveira, nascida logo depois, como marco inconteste de homenagem da natureza ao homem valente.
A batalha que começara as oito horas da manhã do dia 18 de setembro de 1916 terminou por volta das treze horas. Como saldo negativo da operação é de assinalar-se a morte do capitão Pantaleão de Brum, irmão de Sérgio, e de um sem número de soldados, além de uma legião de feridos, entre eles o tenente Jacques da Luz, sendo que alguns, com muita dificuldade, conseguiram sair do local. Outros ficaram prisioneiros.”
Os rebeldes seriam batidos no dia 4 de fevereiro de 1917 no combate de Barro Preto, nas proximidades de Miranda. (2)

(1) Carlos Francisco Moura, O forte Coimbra, p 47
(2) Paulo Coelho Machado, A Rua Barão, p 60

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, 2001, pp 333,334,335 e 336.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Aconteceu a 17 de setembro

Alguns fatos da História do Estado do Pantanal

1801 – Paraguai ataca Forte de Coimbra. Sob o comando de D. Lázaro de Ribera, tropas navais paraguaias tentam tomar a fortificação brasileira, então sob o comando de Ricardo Franco:
“Neste último dia pela manhã, observadores postados no pico da Patrulha avistaram a frota espanhola que avançava a todo pano. Eram três sumacas ou goletas grandes e uma menor, armando as maiores três mastros e a menor dois.
Cada uma artilhada com duas peças por banda, de grosso e médio calibre nas maiores e de pequeno calibre na menor. Ao todo 16 peças.
Mais de 20 a 30 canoas paiaguás engrossavam a frota espanhola.
A tropa de desembarque era de 600 homens e uns 100 formavam a tripulação. Contavam ainda com cerca de 200 índios das canoas e mais uma tropa de reforço de 200 homens que seguiu por terra margeando o Paraguai, mas não conseguiu chegar até o teatro das operações em virtude de os campos estarem alagados.
De que forças dispunha Coimbra para repelir os invasores? Apenas 49 praças e 60 paisanos, muitos deles sem condições de luta. A artilharia era pouca e de pequeno calibre: 3 canhõezinhos de 1 libra e 2 roqueiras de ½ libra. As munições e víveres eram escassos e não havia possibilidade de receber reforços e suprimentos em tempo hábil se o cerco se prolongasse. Só havia no forte duas ou três pequenas canoas.
Não resta dúvida de que, computadas as forças em confronto, não havia a mínima possibilidade de Coimbra resistir com êxito.
Quando, pelas 16 horas, as sumacas, ultrapassando o canal de Além da Ilha, iam navegando em direção ao forte, Ricardo Franco mandou hastear a bandeira e disparar um tiro de aviso com o canhão de maior calibre. Prosseguindo, o inimigo, foi disparado o segundo tiro. D. Lázaro fez içar então a bandeira e ordenou o bombardeio do forte, mantendo violento fogo até às ave-marias.
Vendo que a nossa artilharia não os alcançava, fundearam os espanhóis as sumacas na margem oposta ao forte.” (1)

1866 – Força brasileira chega a Miranda. Após vários meses no trajeto entre São Paulo e Coxim e daí para o sul da província, chega finalmente a Miranda a força expedicionária que deveria viver a dramática retirada da Laguna, da qual fazia parte do tenente Taunay, autor do seguinte relato:
“Com uma légua de marcha encontrou-se uma capelinha coberta de telha, que fora respeitada pelos paraguaios e outrora servia de núcleo para a aldeia Grande, ocupada pelos terenas, comandados pelo capitão Pedro da Silva Tavares. Mais adiante achavam-se os vestígios de pequenos aldeamentos, que todos concorriam para o abastecimento da vila de Miranda.
A este ponto chegou-se a uma hora da tarde, acampando-se na praça principal depois de ocupadas pelas repartições anexas as ruínas das casas ainda de pé. A marcha foi de 3 ½ léguas.
A vila apresentava-nos o mais assinalado padrão de ocupação paraguaia. O bonito quartel em parte destruído, a matriz desrespeitada com as paredes derrubadas, as casas quase todas aniquiladas pelo incêndio que por muitos dias lavrou no povoado, contristavam as vistas e davam patente mostra da brutalidade dos nossos inimigos.
A posição de Miranda não tem significação alguma sob o ponto de vista militar: nenhuma condição preenche para que mereça a qualificação preconizada por vários, de chave do Baixo-Paraguai. Considerado quanto à razão sanitária, o local é o pior possível, por isso que é foco de febres intermitentes perigosas. Debaixo pois da influência climatérica a que tem sido sujeita a expedição desde o rio Negro, a epidemia ali adquirida e que já tantas vítimas tem feito na fileira dos oficiais, recrudesce presentemente com grande intensidade, falecendo dela no primeiro mês de estada quatro oficiais e começando a atacar com violência a soldadesca que se conservara até o presente mais ou menos preservada.” (2)

1933 – Anuladas as eleições de 1º de maio pelo Superior Tribunal de Justiça Eleitoral, realizam-se outras para a escolha dos representante de Mato Grosso na Assembléia Nacional Constituinte. São eleitos em primeiro turno: Generoso Ponce Filho, João Vilasboas, Alfredo Correa Pacheco. Em 2º turno: Francisco Vilanova; suplentes do Partido Liberal Mato-grossense: - José dos Passos Rangel Torres, Partido Constitucionalista: - dr. Gastão de Oliveira e o capitão Antonio Leôncio Pereira Ferraz. (3)

Notas:
(1) Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, p 46
(2) Taunay, Em Mato Grosso invadido, p 84
(3) Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo, 171

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado de Pantanal, Edipan, 2001 pp 331, 332, 333 e 334.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Aconteceu a 16 de setembro

Um pouco da História do Estado do Pantanal

1866 – Tropas brasileiras chegam ao Agachi. A caminho de Miranda, de onde partiria para a fronteira a fim de combater o inimigo em seu território, a força expedicionária acampa às margens do pequeno córrego:
“Às 7 ½ da manhã decampou-se, caminhando 2 ½ léguas em terrenos planos às vezes em outras onduladas até o pouso do Uagaxi, onde se chegou às 11 horas da manhã, formando-se o acampamento da margem esquerda do córrego do mesmo nome, que neste tempo mal deu água para a força. Vai este engrossando por pequenos contingentes, passar no caminho entre Lauiâd e Esponadigo e banhar a pequena aldeia de Quiniquinaos em Uagaxi, a qual fora destruída pelos paraguaios, indo os índios refugiar-se nas brenhas da serra de Maracaju. O rumo médio seguido foi ao O.: o trilho, que ora se alarga nos campos, ora estreita-se, é de base argilo-silicosa, firme pela elevação dos terrenos sobre que é lançado.” (1)

1930 – Inaugurada linha aérea em Mato Grosso. São iniciadas viagens regulares uma vez por semana entre Cuiabá e Corumbá, pela empresa Condor, que utiliza hidro-aviões. (2)

Notas:

(1) Taunay, Em Mato Grosso Invadido, p 83
(2) Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, p 15

De meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, 2001, p 331.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Acenteceu a 15 de Setembro

Um pouco da História do Estado do Pantanal

1866 – Bispo D. Luis chega à fazenda Santa Rosa, do capitão João Caetano Teixeira Muzzi:

“Exa. Rvma. foi recebido e hospedado com um cavalheirismo exemplar e o mesmo sucedeu ao pessoal de sua comitiva. O sr. Muzi com sua muito ilustre consorte a exa. sra. D. Filomena Chaves Muzi cuidaram logo de pedir e obtiveram de S. Exa. a demora de alguns dias na fazenda. Foi uma solução que muito aplaudimos. As forças estavam esgotadas, era necessário afrouxar o arco e o lugar era próprio para isso.
A fazenda denominada Porto de Santa Rosa foi fundada antes de 1850. Fica à margem direita do Brilhante, 12 léguas abaixo de sua vertente. Seus terrenos são acidentados, fertilíssimos, e tem abundância de águas altas, arroios correntosos, proporcionados para fornecerem regos d’água que poderão tocar grandes máquinas; oferece golpes de vista magníficos, pois dos pontos mais elevados se avistam superfícies de vinte ou mais léguas. O caminho mais frequentado é o que vem de Santa Anna do Paranaíba a este ponto e daqui à República do Paraguai. O Brilhante dista 8 léguas do rio Vacaria com o qual vai se juntar mais abaixo e formar o Ivinhema, tributário do Paraná. Seu curso é de 42 léguas mais ou menos e suas margens assim como a de outros rios são habitadas pelos selvagens das tribos coroados, canjuaz, guarani e canguaz.
A casa de vivenda é ótima: bem construída, espaçosa e ornada de elegantes móveis. Os cômodos são excelentes e tão convenientemente divididos, que sendo ocupados por hóspedes, ficam estes inteiramente independentes da família. Há outras casas próprias para mantimentos; um engenho de cana, olaria, tenda de ferreiro e estava em começo uma casa de serraria bem montada. A fazenda aformoseada por árvores frondosas e circundada de muitas fruteiras, notando-se muito gosto nas partes componentes dessa bela morada, devido ao natural, ativo e industrioso de seu proprietário que entende de tudo um pouco e exerce um pouco de todas as profissões.
Exa. Rvma. celebrou e pregou uma vez e deu o crisma a 60 pessoas, 32 do sexo masculino e 28 de feminino. Eu também celebrei uma vez e fiz além disso 4 batizados e dois casamentos.”
No dia 20 a comitiva deixou a fazenda Santa Rosa rumo a Vacaria e Campo Grande, termo de sua primeira viagem ao Sul do Estado. *

* Luis Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, p 172

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, pp 329 e 330.

domingo, 13 de setembro de 2009

Aconteceu a 13 de Setembro

Um pouco da História deo Estado do Pnantanal

1775 – Fundado o Forte de Coimbra. Por ordem do governador Luis de Albuquerque, é criado o presídio de Coimbra:
“Ano do nascimento de N. S. Jesus Cristo de mil setecentos e setenta e cinco – aos 13 dias do mês de setembro nesta situação até agora chamada – Fecho dos Morros – aonde presentemente me acho, eu o capitão Mathias Ribeiro da Costa, comandante dum corpo de soldados Dragões, doutro de Auxiliares encarregado ao ajudante Francisco Rodrigues Tavares e de outro de ordenanças encarregado ao capitão Miguel José Rodrigues – e sendo aí em cumprimento das ordens do Ilmo. e Exmo. Sr. Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, Governador e Capitão General desta capitania de Mato-Grosso debaixo das quais fui expedido da vila de Cuiabá com os sobreditos corpos a indagar paragem própria que debaixo das armas de Sua Majestade F. pudesse segurar a nossa antiga navegação do rio Paraguai para que em nenhum tempo passem vassalos de outro qualquer monarca a ocupar e invadir esses domínios meridionais do dito sr., nem prosseguir por este rio nem pelos mais que nele desembocam subindo-lhe suas fontes, ou isto seja com gentes gentílicas habitadores destes distritos que por serem auxiliados com armas ofensivas, e outros socorros pelos vassalos de Sua Majestade Católica costumam por esta mesma navegação fazer repetidos roubos e mortes não só nas viagens dos comerciantes, mas ainda nas povoações sujeitas a S.M.F. que Deus guarde e não achando eu paragem mais acomodada para estabelecer-me entrincheirado segundo as ordens do dito senhor general até a sua decisão última se não a de um morro que fica sobre as margens do dito Paraguai, da parte do poente em uma ponta dele com o parecer dos sobreditos oficiais que presentes estavam fiz assento duma fortificação na forma dita com figura quadrada, sendo lançada por mim a primeira pedra em nome d’El Rei nosso Senhor presentes as sobreditas tropas formadas em batalha com bandeiras reais arvoradas solenizando-se este auto de revalidação de posse, ou de nova posse, sendo necessário que por ordem do Ilmo. e Exmo. Governador e Capitão-General desta sobredita capitania tomei com efeito ou revalidei, sendo necessário com dito fica em nome d’Ele Rei Nosso Senhor a quem diretamente pertencem esta fortificação e domínios isto com descarga de artilharia e mosquetaria entre os mais aplausos que em semelhantes atos se praticam, do que para constar a todo o tempo mandei lavrar este termo por José da Fonseca Fontoura e Oliveira e assinei como comandante, juntamente com os mais oficiais abaixo assinados. E eu, José da Fonseca Fontoura e Oliveira que sirvo de furriel de Dragões por ordem do dito comandante, o escrevi e assinei. José da Fonseca Fontoura e Oliveira – o capitão Miguel José Rodrigues – o ajudante Francisco Rodrigues Tavares – o alferes Gaspar Luiz de Amorim – o alferes Francisco Lopes Barreyro.”
Houve equívoco quanto à sua localização. O capitão Ribeiro da Costa enganou-se no reconhecimento do local destinado à fundação do forte. No lugar de Fecho dos Morros parou no lugar chamado estreito de São Francisco Xavier, 44 léguas antes do local estabelecido. (1)

1943 – Criado o território federal de Ponta Porã. Pelo decreto 5.812, o presidente Getúlio Vargas faz a primeira divisão formal do Estado de Mato Grosso, criando os territórios de Guaporé, no Norte e de Ponta Porã, no Sul. Aquele viria a se transformar no Estado de Rondônia e este desapareceria em 1946, voltando a integrar o Mato Grosso, por força do artigo 8º das Disposições Transitórias da nova Constituição, emenda de iniciativa do deputado nortista João Ponce de Arruda. (2)

Notas:
(1) Album Gráfico de Mato Grosso, 1914, p 349
(2) Pedro Valle, A Divisão de Mato Grosso, p 33

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado de Pantanal, Edipan, pp328 e 329.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A FRASE DA SEMANA

A maior mentira do mundo: pague a minha parte que depois eu acerto contigo.

TWITTER
O JORNALISTA BOSCO Martins, da antiga TVE, é um dos coordenadores da campanha da pré-candidatura do ex-governador Zeca do PT à sucessão estadual. DEPUTADO PEDRO Kemp, alertando para conflitos no campo entre índios e fazendeiros com o impasse na questão da demarcação das terras indígenas. A SECRETÁRIA Tereza Cristina Correa da Costa, da Produção, é a primeira do primeiro escalão do governo a aderir ao twitter. Pelo jeito está gostando. O DEPUTADO DAGOBERTO Nogueira votou a favor da emenda dos suplentes alegando que as novas 8000 vagas de vereador não vão aumentar a despesa do legislativo. O PREFEITO Nelsinho Trad entregou a unidade II do Instituto Mirim de Campo Grande. Serão mais 1.700 vagas para adolescentes e jovens. O JUIZ ODILON DE OLIVEIRA, depois que pintou na pesquisa passou a ser assediado pelas mais diversas lideranças de partidos. Recebeu telefonema até de Brasilia. O PRESIDENCIÁVEL Ciro Gomes está sendo esperado no dia 18 em Campo Grande. A diração do PSB já está organizando sua agenda, que deverá incluir uma visita ao governador André Puccinelli. PT MOSTRA a unidade que vai precisar muito daqui pra frente.

Mãos ao alto!

Do meu primeiro sete de Setembro não me lembro. Minha primeira comunhão está dependurada em minha primeira foto branca e preta, amarelada pela impiedade de seis décadas ininterruptas, abruptas e cruéis. Minha primeira professora foi dona Rosa, que tratou minhas feridas com água oxigenada, sem saber que elas jamais seriam curadas. Meu primeiro livro foi um gibi do tio patinhas. Lia como se tivesse ouvindo a voz rouca do Pato Donald e não consegui passar desta literatura ingênua. Meu primeiro medo foi um eclipse do sol com a lua. De repente tudo era noite. Uma escuridão às primeiras horas da tarde aos poucos dava lugar ao mesmo dia interrompido pelo inexplicável intervalo de trevas. Meu primeiro voto desperdicei no Jânio Quadros. Para me redimir do pecado da vassourinha, fui fundo no caçador de marajás. Desgraça pouca é bobagem. Gripe suína é voragem, a sorte é sacanagem, a morte é viagem. Não sou o Maribondo mas dou minhas ferroadas. Não sou o Mercadante mas dou minhas revogadas. Da próxima vez quero nascer ferramenteiro para não perder o dedo e ganhar a eleição. Não acredito em pesquisas quando não apareço nelas. Lugar de feijão é na panela. Juiza poderá proibir torcida de xingar a mãe do árbitro. É permitido proibir. É proibido permitir. A sociedade é permissiva. A permissividade é promissora. Não sou o Barone mas dou minhas filosofadas. Não sou o Armandinho mas dou minhas tuitadas. Não sou o Catanante mas dou minhas pesquisadas. Da próxima vez quero nascer em Corumbá para não ter que vir de tão longe para Campo Grande. O assaltante voltava para casa sossegado, depois de um dia de trabalho bem sucedido, quando foi surpreendido pelo sonoro:
É um assalto!
1884 – Nasce em São Paulo, Rosário Congro. Passou a infância em Sorocaba. Depois de casado, em 1910, mudou-se para Corumbá, onde estabeleceu-se como comerciante. Autodidata, provisionou-se advogado e entrou na política, elegendo-se deputado estadual por Corumbá. Em 1918 , por nomeação do presidente Dom Aquino, assume a intendência de Campo Grande, onde permanece até agosto de 1919. Em sua rápida passagem pela administração municipal, enfrentou a gripe espanhola com mais de dois mil casos registrados e 36 mortes no perímetro urbano, doou terreno para construção da Santa Casa, criou o serviço de remoção do lixo, instituiu o 26 de agosto como data oficial da cidade, e oficializou o hino de Campo Grande, com letra e música do professor Trajano Balduíno de Souza.
Em 1920 reelege-se deputado estadual, sendo eleito sucessivamente por diversos mandatos. Em 1941 foi nomeado prefeito de Três Lagoas, sendo confirmado no cargo em 1946. Em 1948 foi nomeado diretor da Delegacia Especial de Terras e Colonização em Campo Grande. No governo de Arnaldo Estevão de Figueiredo ocupou o cargo de secretário de Agricultura, Indústria e Comércio, Viação e Obras Públicas.
Em 1950 elege-se deputado estadual pela última vez. Antes de completar o mandato é nomeado para o Tribunal de Contas, onde aposentou-se em 1954. Escritor e poeta, foi membro da Academia Mato-grossense de Letras Faleceu em 11 de outubro de 1963, em Três Lagoas. (1)

1886 – Bispo na fazenda Esperança. Na primeira visita de um bispo à região, d. Luis chega à fazenda Esperança, no município de Nioaque, a caminho de Campo Grande:
“Meia hora antes de chegarmos à Boa Esperança encontramos um grupo de cavaleiros que vinham receber o prelado.
Rua de arvoredos, plantados de véspera, arcos de palmas e flores campestres, fogos do ar, toque de sino, tudo isso teve S. Exa. à sua chegada. Estava ali reunida muita gente por causa da vinda do sr. Bispo, cuja notícia tinha-se propalado ao longe, de boca em boca, pelo que houve muito aperto e muito o que fazer nos três dias de nossa estada.
Celebrei e preguei duas vezes, fiz 14 casamentos e 22 batizados, sendo 8 de índios terenas, inclsive 3 adultos. S. Exa. Rvma. pregou três vezes, além do trabalho do confessionário que coube-lhe quase tudo. Crismou 123 pessoas e dignou-se de batizar a inocente Rita, filha do sr. Coelho, servindo de padrinho o sr. Joaquim Augusto de Oliveira Cezar e sua mulher a exma. sra. D. Rosalida Souza de Cezar. (...).
É assaz aprazível e bonita a fazenda Boa Esperança. A casa está colocada em uma pequena elevação, mas que oferece uma boa vista para a parte do sul e poente. Para os lados da casa de morada há outras destinadas a fins diversos e quatro currais de pau-a-pique de grandes proporções. Embaixo nos fundos da fazenda passa o ribeirão do mesmo nome, que nasce no alto da Boa Vista e vai despejar suas águas no Taquarussu, afluente do Aquidauana.
Em linha reta Campo Grande está a 25 léguas desta fazenda; mas pelo caminho por onde viajamos, corresponde a 40 léguas. No primeiro caso a viagem faz-se pela seguinte forma: dali à Estância Nova, propriedade do sr. Atanásio de Almeida Mello, uma e meia légua; dali passando o rio Brilhante à fazenda deste nome, do sr. Diogo José de Souza, duas e meia légua; desta à fazenda de S. Bento propriedade do sr. Vicente Antônio de Brito, 4; dali ao sítio do sr. Hermenegildo Alves Pereira, nas cabeceiras do rio Vacaria, 4; deste sítio aos lugar denominado Olho d’água, 5; e dali a Campo Grande, 9.
Logo após a subida da serra de Maracaju desenrolam-se a perder de vista os campos de Vacaria e a natureza ostenta-se assombrosamente linda. Além de aura puríssima, céu puríssimo, águas puríssimas...que de vistas a disputar a atenção, ocupar o espírito, cativar a alma de quem vai por aquela vasta planície de campos limpos batidos diária e constantemente pelo sol! De todos os lados do horizonte o observador vê estenderem-se campos de pastagens representando imensos tabuleiros que ele não se cansa de admirar e que não têm outros limites mais do que o mesmo horizonte, que não raras vezes lá fica em distância máxima, lá onde a abóboda celeste parece fechar tocando com a terra. Descendo a serra que é por um declive quase imperceptível, tudo se muda; o clima é muito mais cálido, os campos cobertos, chão arenoso e pouca água ordinária e sempre misturada de argila branca. Só a pastagem é excelente por toda a parte.” A visita do bispo foi tão importante que, para recebê-lo, o dono da fazenda mandou fazer um sino na Europa. Este sino encontra-se até hoje na sede da fazenda Esperança que até recentemente continuava em poder dos herdeiros de seu primeiro proprietário.(2)

1916 – Oposição formula denúncia contra presidente. O deputado federal Aníbal de Toledo encaminha expediente à Assembléia Legislativa, onde em longo arrazoado, conclui pelo pedido de punição com a perda do mandato, ao presidente do Estado, general Caetano Manoel de Faria e Albuquerque. Este seria o estopim da Caetanada, período conturbado da política de Mato Grosso, envolvendo todas as regiões em sanguinário conflito armado. A Assembléia Legislativa, alegando falta de garantias para funcionar na capital, muda-se para Corumbá. No Sul, o major José Gomes rebela-se contra o governo e é combatido por tropas legalistas sob o comando do coronel Joselito, de Aquidauana. A normalidade é restabelecida com a renúncia do chefe do executivo, dos deputados e a intervenção federal, a 10 de janeiro de 1917. (3)

Notas:
(1) E. Barsanulfo Pereira, Série Campo Grande, 2001, p 49
(2) Luis Phelippe Leite, O Bispo do Império, p.168
(3) Rubens de Mendonça, História do Pode Legislativo de Mato Grosso, 1967, p 100

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, pp 324, 325 e 326.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Aconteceu a 10 de setembro

Um pouco da História do Estado do Pantanal

1911 – Estrada de ferro chega a Aquidauana. A frente de Porto Esperança dos trilhos da Noroeste do Brasil chega à vila de Aquidauana, que “festeja ruidosamente a chegada da primeira locomotiva da estrada de ferro Itapura-Corumbá:”
“Em nome da população saudou ao diretor da estrada o professor João Nunes da Cunha, sendo àquele oferecido pela menina Paulina Alves de Castro um ramalhete de flores naturais. Em nome de seus companheiros de trabalho, o dr. Kessehring agradeceu a saudação que lhe fora feita.
À festa da inauguração compareceu a elite da sociedade de Aquidauana, podendo-se mencionar entre outras pessoas o coronel João de Almeida Castro, que foi um dos fundadores da vila, dr. Manoel Pereira da Silva Coelho, juiz de direito da Comarca, cel. Teodoro Paes da Silva Rondon, também fundador da vila, dr. Francisco Xavier Júnior, dr. Júlio Mário de C. Pinto, Isauro Cabral, tenente Manoel de Oliveira Braga, coronel Estevão Alves Corrrea, advogado Alfredo César Velasco, coronel Antonio Inácio de Trindade, Francisco Fanaia Filho, Antonio Ries Coelho, além de crescido número de senhoras e senhoritas.” (1)

1932 – Trava-se a batalha de Porto Murtinho. Confronto bélico decisivo para os destinos da guerra civil em território de Mato Grosso:
“E era, de fato, de todos os lados que o governo federal apertava o cerco. A oeste, no sul de Mato Grosso e especialmente ao longo do rio Paraguai, travava-se em setembro violentos combates. A fronteira paraguaia era porta vital ao exterior para os constitucionalistas, e, já em julho, o governo procurava fechá-la, criando um destacamento sob o comando do major Leopoldo Néri da Fonseca e subordinado a Rabelo, cuja missão, em combinação com a flotilha de Mato Grosso, era barrar o rio. Quando, em agosto, Néri começou a mobilizar forças locais, os rebeldes controlavam Bela Vista e Ponta Porã, enquanto a base de suas operações era Porto Murtinho.
No início de setembro uma coluna rebelde de mais de mil homens marchou sobre Porto Murtinho, onde Néri esperava com oitocentas tropas de regulares e voluntários. O alto comando no Rio de Janeiro apressadamente ordenou a flotilha em Ladário que seguisse com ‘toda urgência’ para Porto Murtinho, o que resultou no envio do monitor Pernambuco àquele local. Na tarde do dia 10, o ataque começou, continuando até o dia seguinte. As deserções do lado federal foram freqüentes, e Néri ameaçou fuzilar soldados que fugiam da linha de fogo, reparando a certa altura que várias chatas e uma lancha estavam lotadas de tropas suas que pretendiam fugir para o outro lado do rio porque a munição escasseava. ‘Há duas maneiras de quebrar-se: ou como a borracha, esticando pouco a pouco, ou como o aço temperado, que se rompe sem demonstrar o que vai fazer,” gritou Néri a um oficial retirante. ‘Se tivermos de quebrar, quebraremos como o aço!’ Com isso, de metralhadora na mão, obrigou os soldados a evacuarem as embarcações e voltarem para a frente. A intervenção do Pernambuco, bombardeando as posições rebeldes, decidiu a batalha depois de vinte e duas horas de luta.” (2)

Combatente constitucionalista dá a sua versão desta batalha:

“Eram precisamente 13 horas quando se deram os primeiros choques das nossas vanguardas com as vanguardas do inimigo, dentro da mata densa, que circunda aquela cidade, nas proximidades dos primeiros postos entrincheirados.
Estabelecido, logo, o aviso para as nossas diversas linhas, iniciou-se a ofensiva contra as posições defendidas pelos governistas.
Avançava na vanguarda a cavalaria e, por traz desta, vinha a infantaria e a artilharia. No centro, sobre a estrada que corta a mata em direção ao porto, os primeiros a tomar contato com o inimigo, flanco direito da coluna atacante, são os pelotões comandados pelo capitão Hermenegildo Costa Lima, onde serviam o dr. Adolph Calandrini, tenente Albertinho Fróes, irmãos Escobar, capitão Sizenando Garcia. Os pelotões, por dilatado espaço de tempo, enquanto a infantaria operava em marcha de progressão, sustentam renhido fogo, para depois tomarem posição no mesmo flanco, onde se achavam o coronel Waldomiro Correa e sua gente, o dr. Aral Moreira, tenente Ventura, capitão Bezerra, além do coronel Theóphilo Azambuja e seus comandados. E, juntos todos passaram a formar essa ala direita. (...)
O fogo da artilharia, de parte a parte, era intenso, sendo a do inimigo protegida pelos canhões 120 de bordo do monitor Pernambuco, da flotilha de guerra do Ladário, estacionada no porto. Nos rápidos silêncios do canhoneio ouvia-se o estralejar de dezenas de metralhadoras. Só da nossa parte estavam em ação 14 pesadas e 33 leves.
Ao cair da tarde, conseguiram os nossos artilheiros localizar o monitor Pernambuco que nos estava hostilizando tenazmente, com as granadas que despejavam as suas peças 120, obrigando-o a se deslocar rio acima, de onde com mais violência e melhor efeito, passou a bombardear a nossa posição. Antes, porém, por sua vez, a aviação ditatorial havia logrado determinar a nossa posição exata, o que nos obrigou a avançar mais 600 metros, mais ou menos.
Durante a noite progrediram continuamente as nossas tropas, sob o fogo do inimigo que recuava, até que pela manhã já nos encontrávamos a dois quilômetros apenas, da cidade.
Crepitava a fuzilaria incessantemente, sob os estouros das granadas e o ribombo da artilharia.
O canhão revólver ditatorial, situado bem sobre a linha férrea, em frente à posição onde estava o tenente Duprat, não se cansava de expectorar secamente. Ouvia-se distintamente a pesada ‘Maxim’, de 500 tiros por minuto, cantar roucamente enquanto que as metralhadoras leves não deixavam um segundo de costurar nossas posições.
À noite a mata se iluminava repetidas vezes, com o relampaguear dos canhões. E ali, bem ao lado do dr. Calandrini, tombava morto um inditoso moço, municiador de uma das metralhadoras.
O 18 B. C., a alma do combate, lutava nobremente. Seus oficiais tenente Sampaio Simão, Larocque, Tourinho e Ferreira, zombando da morte, destacavam-se de pé na linha de fogo, dando as vozes de comando. (...)
Chocavam-se neste combate cerca de 2500 homens, dominando sempre os constitucionalistas, numa pressão constante e no desalojar os governistas de alguma trincheira.
Murtinho não caiu pela falta absoluta de munição. Apesar disso os constitucionalistas fizeram uma retirada em perfeita ordem, sem serem hostilizados até se concentrarem em São Roque.” (3)

Notas:
(1) Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, p 137
(2) Stanley Hilton, 1932 A Guerra Civil Brasileira, 1982 p142
(3) Umberto Puigari, Nas Fronteiras de Mato Grosso, 1933 p 190

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan 2002, pp 321,322,323 e 324

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Aconteceu a 9 de setembro

Um pouco da História do Estado do Pantanal



1935 – Vespasiano eleito senador. A Assembléia Constituinte de Mato Grosso, em votação secreta, elege os dois representantes de Mato Grosso para o Senado:
“No dia 9, sob a presidência do sr. Estevão Alves Correa, presentes 24 deputados à Assembléia Constituinte, o presidente declarou aberta a sessão, convocada para hoje a fim de ter lugar a eleição para os cargos de senadores federais pelo Estado de Mato Grosso, cuja ordem do dia constou da sessão anterior. Pelo sr. presidente foi dito que ia proceder a eleição dos senadores por escrutínio secreto, de acordo com as prescrições legais, suspendendo a sessão por dez minutos a fim de que os senhores deputados preparassem as respectivas cédulas. Findo esse tempo o sr. presidente reabriu os trabalhos mandando que o sr. 1º secretário procedesse a chamada dos senhores deputados que passaram a votar a medida ia sendo lido os seus nomes. Após ter votado o último deputado, o sr. presidente convidou os deputados Benjamim Duarte Monteiro e Rosário Congro para escrutinadores anunciando à Assembléia que ia proceder à apuração da eleição. Aberta a urna que antes tinha sido examinada, foram encontradas vinte e quatro sobrecartas devidamente autenticadas pela mesa e que conferiram com o número de deputados que votaram. Abertas as sobrecartas e apurados os votos encontrou-se o seguinte resultado para senadores federais: dr. João Vilasboas, com quinze (15) votos; dr. Vespasiano Barbosa Martins com treze (13) votos; dr. Aral Moreira com três (3) votos; dr. Leônidas Antero de Matos, com um (1) voto.”
Foram eleitos João Vilasboas, para o mandato de 8 anos e Vespasiano Martins, quatro anos. *

Nota

* Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, 1967, p 132

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, pp 320/321.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Aconteceu a 7 de setembro

Um pouco da História de Mato Grosso do Sul

1910 – Fundado Serviço de Proteção aos Índios. Para dirigir o novo órgão, subordinado ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, é convidado o então coronel Rondon, com a seguinte manifestação do ministro Rodolfo de Miranda:
“A direção superior desse serviço vos será confiada, se aquiecerdes à consulta que ora vos faço, antes das formalidades oficiais de requisição do Ministério a que pertenceis, e tenho bem radicada em meu espírito a confiança de que será satisfeita a aspiração comum, mediante o influxo de vossa cultura científica, de vossa capacidade moral, de vossa fé republicana e da energia de vontade que vos faz o primeiro dentre os exploradores do território brasileiro.” (1)
Rondon aceita o cargo.

1932 – Rebeldes desfilam em Campo Grande. Transformada em capital de Mato Grosso, sob o regime dos rebeldes constitucionalistas de São Paulo, a cidade assiste desfile do dia da Pátria com a participação dos chamados batalhões patrióticos, compostos por civis combatentes voluntários, entre os quais, este da Vacaria, comandando por Kiki Barbosa:
“Combinado a marcha para Campo Grande afim de receber armamento para poder brigar, seguiram no dia certo setenta veículos conduzindo mais de quinhentos homens. Foi pernoitar no Lageado, retiro à beira do riacho do mesmo nome, a fim de receber ali incorporações, o que se deu, engrossando em cerca de oitocentos homens, força considerável em se tratando da pequena população do planalto de Maracaju.
A disciplina imposta pelo comando era digna de ser imitada pelos grandes condutores de homens, Kiki revelou-se de carreira errada, devia ser militar para ser bem aproveitado.
Trinta vacas gordas ‘herefor’ foram abatidas, um eito de mandiocal foi arrancado e o laranjal dos ingleses ficaram como se tivessem sido assaltados por uma nuvem de tucuras. Lembro-me com saudade da bela costela que comi assada, a seguir cuiadas de chimarrão, que me puseram de boca doce até a sede da nova região militar, onde o coronel Horta Barbosa me aguardava com armamento para apenas 400 homens.
Com chapéus de todos os feitios e variados trajes, desde as simples calças, às bombachas enfeitadas, desfilaram a 7 de setembro de 1932 pela avenida Afonso Pena os 800 homens do Kiki. Vieram buscar o armamento prometido e seguir para o campo de batalha a bem da democracia e da divisão territorial do Brasil, em Estados homogêneos, proporcionais.” (2)

1935 – Constituinte toma posse. Eleita a 14 de outubro de 1934, toma posse a Assembléia Constituinte de Mato Grosso, as 13 horas, com a presença dos deputados eleitos e diplomados: Francisco P. de Oliveira, José Silvino da Costa, Henrique José Vieira Neto, Gabriel Vandoni de Barros, Nicolau Frageli, Luiz de Miranda Horta, João Leite de Barros, Armindo Pinto de Figueiredo, Júlio Muller, Deusdedit de Carvalho, Filogônio de Paula Correa, Miguel Ângelo de Oliveira Pinto, Agrícola Paes de Barros, João Ponce de Arruda, Bertoldo Leite da Silva Freire, Rosário Congro, Caio Correa, Benejamim Duarte Monteiro, Corsino Bouret, Josino Viegas de Oliveira Pais, José Gentil da Silva, Estevão Alves Correa, Joaquim Cesário da Silva e João Evaristo Curvo. (3)

Notas:
(1) Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, p 337
(2) Emilio G. Barbosa, Panoramas do Sul de Mato Grosso, 1961, p178
(3) Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, 1967, 171

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, 2004.

domingo, 6 de setembro de 2009

Aconteceu a 6 de setembro

Um pouco da História de Mato Grosso do Sul

1866 – Tropas brasileiras chegam ao rio Aquidauana. Procedentes do Taboco e acampados à margem do córrego Piranhinha desde o dia anterior, os soldados da força expedicionária de Mato Grosso, partem rumo à travessia do rio Aquidauana:
“Deixando o pouso às 7 ½ horas da manhã, seguiu a força ao rumo S. O. no qual caminhou três léguas por extensas planícies tão faltas d’água na seca, quão alagadas no tempo das chuvas. Virando depois sensivelmente a O. e a O.S.O. por légua e meia, chegou à margem direita do rio Aquidauana no lugar fronteiro ao denominado Porto do Sousa, onde por muitos meses tiveram os paraguaios um importante ponto para vaquejadas. Bela e frondosa mata acompanha, em ambas as margens barrancosas, esta importante corrente que vai-se unir ao rio Miranda daí a 12 ou 14 léguas pouco mais ou menos, rolando sempre águas limpas e com curso livre de obstáculos por mais de 20 léguas.
No lugar da passagem o rio tem 50 palmos, profundidade variável de uns palmos, não dando vau em alguns pontos, sendo em outros junto à margem esquerda apenas de três a quatro palmos: a sua direção é N.O.
O rio Aquidauana nasce de vertentes da grande serra de Maracaju e recebe, depois de algumas léguas de curso os rios Cachoeirinha e Cachoeira, tomando desde então importante volume de águas, engrossado pelos ribeirões Dois Irmãos, Taquarussu e Uacogo, que entram pela margem esquerda e do João Dias, córregos do Paxexi e da Paixão que deságuam pela margem direita. Do ribeirão João Dias, onde existe a última corredeira, o seu curso é livre de obstáculos, com profundidade quase constante de uns 2 metros, e largura média de 66 ms. Navegável para grandes canoas numa extensão de quase 40 léguas, fenece no rio Miranda pelo lado direito, confundindo as águas claras e puras às revoltas e barrentas daquele rio. O seu nome é de origem guaicuru. Um capitão dos cadiuéus tem a mesma denominação, com o acréscimo de um T. – Taquidauana. Não nos puderam explicar o que significa.” (1)

1886 – Carta de José Antônio Pereira ao bispo. O fundador de Campo Grande responde ao ofício de Cuiabá, comunicando a visita do bispo ao povoado e dá boas vindas ao prelado de Mato Grosso:
“Campo Grande 6 de setembro de 1886. - Respeitável Senhor - Tem esta o fim honroso de cumprimentar-lhe como em minha própria pessoa dando-lhe os parabéns da feliz viagem desejando toda sorte de felicidade.
Acuso o recebimento do respeitoso ofício que V. Exa. dirigiu-me, fazendo assim o favor de manifestar-me que dignou-se dar a este lugar a felicidade de possuir a Vossa Excelente presença, satisfazendo assim os corações de todos os fiéis que sequiosos esperam o refrigério. E sendo do meu desejo e dever a mais tempo ter buscado de V. Exa. as determinações que seja necessárias, tendo deixado de assim praticar por motivo das faltas que por ora sofre este lugar, mormente de um Ministro da Igreja, porque o pouco que se pode fazer muito depende da minha presença - É por isso que vou impetrar de V. Exa. a graça de desculpar-me as faltas presentes e futuras e abençoar-me e à minha família, porque somos filhos obedientes e beijamos com respeito o santo anel - De V.Exa. Rvama. o mais humilde criado e obrigado - José Antônio Pereira.” (2)

Notas
(1) Taunay, Em Mato Grosso Invadido,Ed. Melhoramentos, sd, p 79
(2) Luis Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, p 181

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, 2004.

sábado, 5 de setembro de 2009

A paíxão índia de Taunay em Piraputanga

Eu sempre achei que a propalada paixão do tenente Taunay (autor de Inocência e Retirada da Laguna) por uma índia no sul de Mato Grosso, durante a guerra do Paraguai, fosse uma lenda. Havia lido praticamente todas as obras dele e não encontrara nenhum registro desse fato. Graças a um diálogo no Tweeter recebi a informação de que havia um registro definitivo, deixado pelo próprio Taunay. Está exatamente no seu livro de Memórias, o mais recente de meu acervo deste autor que por falta de tempo deixei de ler. Estou lendo-o agora e já encontrei duas passagens onde Taunay fala sobre seu romance aborígene. O primeiro (página 201) ele descreve-a “Antonia, uma bela rapariga...da nação chané...muito bem feita, com os pés e mãos singularmente pequenos e mimosos, cintura naturalmente acentuada e fina, moça de quinze para dezesseis anos de idade, tinha rosto oval, cútis fina, tez mais morena desmaiada do que acaboclada, corada até levemente nas faces, olhos grandes, rasgados, negros, cintilantes, boca bonita ornada de dentes cortados em ponta, à maneira dos felinos, cabelos negros, bastos, muito compridos, mas um tanto ásperos.”

Mais adiante (p 207) Taunay abre seu coração:

“Voltando ao que me é mais particularmente atinente, salientarei quanto a vida correu para mim agradável e quieta nessa quadra de maio, junho e começos de julho.
A bela Antonia apegou-se logo a mim e ainda mais eu a ela me apeguei. Em tudo lhe achava graça, especialmente no modo ingênuo de dizer as coisas e na elegância inata dos gestos e movimentos. Emebelezei-me de todo por esta amável rapariga e sem resistência me entreguei exclusivamente ao sentimento forte, demasiado forte, que em mim nasceu. Passei, pois, ao seu lado dias descuidosos e bem felizes, desejando de coração que muito tempo decorresse antes que me visse constrangido a voltar às agitações do mundo, de que me achava tão separado e alheio.
Pensando por vezes e sempre com sinceras saudades daquela época, que parecer-me que essa ingênua índia foi das mulheres a quem mais amei.”

Antonia, antes de conhecerem-se, era amante de um colega de Taunay, o tenente Lili. A história daria um romance.

Referência:

Taunay, Memórias, Editora Melhoramentos.

Aconteceu a 5 de setembro

Um pouco da história de Mato Grosso do Sul

1866 – Tropas partem do Taboco. A força expedicionária brasileira, com destino à fronteira, deixa as margens do Taboco, onde acampara há cerca de dois meses:

“Tornando-se porém o Taboco cada vez mais insalubre, convinha partir dali quanto antes. Entretanto soube-se que a retirada dos inimigos dos pontos do distrito, em que eles tinham conservado destacamentos por mais de um ano e meio, roubara já aos nossos soldados a ocasião de demonstrarem nos combates a coragem que haviam patenteado sempre a lutar com mais terríveis adversários: a peste e a fome. Apesar disto, decidiu o comandante das forças seguir para Miranda. (...)
Tomadas enfim as providências para a marcha, deu-se a partida da margem direita do Taboco no dia 5 de setembro com direção ao porto do Sousa, onde ia efetuar-se a passagem do rio Aquidauana. Caminhando sensivelmente para S. desde começo, atravessou a força campinas cortadas por capões e depois de 2 ½ léguas, foi acampar junto ao córrego da Piranhinha às 11 ½ horas quase na base de um ramal da serra do Maracaju que corre paralelamente à estrada. No encontro desses ramos com a grande cadeia, num recôncavo, fica a aldeia da Paranhinha dos índios Terenas, aí refugiados desde os primeiros dias da invasão paraguaia no ano de 1865.” (1)

1918 – Rosário Congro toma posse em Campo Grande. O próprio intendente-interventor dá as razões de sua investidura no cargo:

“Perdurando desde 1º de janeiro desse ano, em virtude de conflito político, uma dualidade de Câmara e de Juizes de Paz, o que vinha causando à vida administrativa e jurídica do Município os mais sérios entraves e a mais prejudicial das situações, teve por bem a Assembléia Legislativa do Estado por termo à grave anomalia reinante, anulando as eleições realizadas a 2 de novembro do ano anterior e autorizando o presidente do Estado a nomear o Intendente Geral e Juizes de Paz de Campo Grande, aquele com poderes para exercer também atos do poder legislativo ficando, assim, inteiramente cassada a autonomia do município.
Tem o n.o 768 e é de 9 de julho de 1918, a lei que determinou a intervenção estadual no Município, recaindo a nomeação para Intendente, por ato n.o 329 de 14 de agosto do mesmo ano, no deputado estadual Rosário Congro, cuja posse realizou-se a 5 de setembro, e a de Juizes de Paz nos cidadãos Antônio Benjamim Correa da Costa, Leopoldo Gonçalves dos Santos e João Coelho, sendo seus suplentes João Pedro de Souza, Manoel Joaquim de Moraes e Cândido da Costa Lima, não tendo este último prestado o compromisso legal.” (2)

Notas:
(1) Taunay, Em Mato Grosso Invadido, p 97
(2) Rosário Congro, O Município de Campo Grande, 1919, p 37

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, 2002.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Crise de labirintite

Atire a primeira pedra aquele que sabe de cor a letra do hino nacional brasileiro. No meu tempo de grupo escolar a professora, invariavelmente, dava como castigo, cantar três vezes o hino nacional. Não tenho nada contra a letra do nosso hino, até que com algum esforço, tendo a letra à frente, consigo cantá-lo do ouviram do Ipiranga até o pátria amada, Brasil, mas confesso que a maioria das palavras eu não sei bem o significado. Se eu que sei o beabá e não tenho labirintite fico boiando no lábaro que ostentas estrelado, imagina a Vanusa entupida de Vertix. Eu prefiro o já podeis da pátria oh filhos, e mudar de assunto porque não é cantando que vamos acabar com a crise no Senado. Aliás, o Senado não é prioridade. Em primeiro lugar a Globo, com a Record em seu calcanhar. Duro é aguentar o Silvio Santos e o Gugu Liberato ao mesmo tempo. É pior que horário eleitoral gratuito. A gente muda de canal e está passando o mesmo programa, a não ser que para avacalhar decida-se pelo Faustão. Da próxima vez quero ser árbitro para dar cartão vermelho ao bandeirinha. Não sou o Antonio João mas dou minhas tuitadas. Não sou o Dagoberto mas dou as minhas blefadas. Não sou o Grilo mas tou bem com a velharada. Meu compadre Nelson Trad está fazendo a retirada. Não vai pendurar a chuteira como fez o Jânio Quadros, mas ainda tem dez livros para ler antes de parar de vez. Um deles é a versão aramaica da Bíblia e outro as obras completas de Santo Agostinho em latim. Eu vou parar por aqui por não ter mais para onde ir. Morrer não quero porque tenho dúvidas quanto à vida depois da morte. O problema da vida depois da morte é encontrar por lá quem a gente deu graças a Deus quando morreu.

Frase: A maior mentira do mundo: Eu adoraria conhecer seus pais!

O futebol profissional de Mato Grosso do Sul tem crescido igual rabo de cavalo. Este caos começou no início da década de 80, coincidindo com a divisão do Estado. O declínio teve origem na gestão dos clubes e da federação. Uma coisa levou à outra. Os clubes desprezaram o profissionalismo de suas direções, entregando-se ao deleite de políticos mais interessados no placar eleitoral que resultados no placar esportivo. As últimas direções do Operário e Comercial de Campo Grande, do Ubiratan de Dourados, apenas para me referir aos clubes em fase de extinção, foram lamentáveis, porque além de seu controle ser dominado por políticos, estes ainda serem políticos totalmente fracassados, caso do próprio Cesário, presidente da federação, que não conseguiu reeleger-se prefeito de Rio Negro. A sua recente condenação, por improbidade, é a medida certa e definitiva para Campo Grande e Mato Grosso do Sul retomarem a sua vitoriosa trajetória no futebol brasileiro, interrompida quando a mediocridade de oportunistas assumiu no lugar daqueles que alhures (como diria Armando Anache) se desdobraram em profissionalismo e amor à camisa para lotar estádios e ocupar honrosas posições nas tabelas dos mais respeitados campeonatos. Já se vão três décadas de lastimável decadência. O glorioso Operário de Campo Grande chegou ao fundo do poço. Os clubes de Campo Grande não conseguem destaque nem mesmo no tímido campeonato estadual. Os times do interior, apesar da boa vontade, amargam a omissão dos dirigentes estaduais. Estamos no fim. Hora de começar, mesmo que tarde.

TWITTER

LIBERDADE é como a fortuna, a gente só sabe o quanto vale quando perde. ANTONIO CARLOS AZAMBUJA, o Pastel, mais um colega que perdemos. Morreu numa sexta, aos 61 anos. Trabalhei com ele de 60 a 72 na Radio Difusora da rua Rui Barbosa. O VELHO MOURA BRASIL, que tanto sucesso fez na Educação Rural, também partiu. A HISTÓRIA DO PDT em Mato Grosso do Sul é uma sequencia de golpes. O primeiro foi contra o fundador, Alarico Reis D´Ávila e a próxima vítima poderá ser o Leite Schimidt. O PODER É IMORAL. Um pesadelo para quem está fora. ESQUENTARAM ESTA SEMANA os rumores da coligação PMDB-PT em Mato Grosso do Sul. Seria uma exigência do Lula para armar um palanque único para Dilma em Mato Grosso do Sul. O HINO NACIONAL brasileiro poderia ser disciplina obrigatória nas escolas. Quem não soubesse sua letra deveria ficar impedido de receber o diploma. ELIEZER DAVID bombando com o seu programa de turismo na Via Morena (viamorena.com) toda quarta as 5 da tarde. Pantanal e Bonito para o mundo. OSVANE ALVES, dois mandatos como prefeito de Dois Irmãos do Buriti, acaba de dar cartão vermelho ao PT. Sai à la Marina: «os sonhos do PT acabaram».

Aconteceu a 4 de setembro

1905 – Morre o professor José Rodrigues Benfica. Faleceu e foi sepultado na fazenda Correntes, o primeiro professor de Campo Grande. Gaúcho de Jaguarão, veio para Campo Grande na última década do século XIX, como militar. Na guerra do Paraguai, combateu no posto de sargento, tendo participado da batalha de Tuiuti. Seu ingresso no magistério no povoado de Campo Grande tem sua origem registrada no seguinte expediente:

“Os abaixo assinados interessando-se pela educação da mocidade campo-grandense, uns por terem seus filhos, outros por terem parentes ou órfãos a quem lhe cabe o dever sagrado de educá-los e sem que possa ao menos dar-lhes as primeiras luzes de instrução por falta de um professor que, sendo os vencimentos que o Governo autoriza insuficientes atualmente para sua subsistência não se sujeitam a aceitar o emprego, resolvem unanimimente a promoverem a presente subscrição que em auxílio a tão justo fim subscrevem com as quantias adiante declaradas que serão pagas mensalmente ao atual professor sr. JOSÉ RODRIGUES BENFICA. Campo Grande, 15 de setembro de 1895.”

O professor dá nome a um colégio na rua dos Barbosas, no bairro Amambaí, em Campo Grande, por iniciativa do prefeito Wilson Barbosa Martins (1958/62), em cuja administração a obra foi construída.
“Há na vida dois caminhos:/ um do mal outro do bem; / o primeiro brota espinhos,/ o segundo risos tem.” Com esta quadra o velho mestre encerravas suas aulas. (1)



1865 – Força brasileira deixa Uberaba. Para dar combate ao Paraguai, que em dezembro de 1864 invadira o Sul de Mato Grosso, paulistas e mineiros formam a Força Expedicionária de Mato Grosso, “de contingentes somando 2.600 praças, que seriam acrescidos de soldados goianos – um esquadrão de cavalaria (tropa de linha) e um batalhão de voluntários, que marchariam em separado da cidade de Goiás, então capital daquela província.”
As duas brigadas reúnem-se em Uberaba, “dando-se a organização que um pequeno exército requer, para marchar e combater o inimigo. Paralelamente à Comissão de Engenheiros, organizaram-se a Comissão de Saúde, a Auditoria de Guerra, a Repartição Eclesiástica, a Caixa Pagadora e as repartições responsáveis pelos materiais e pelo pessoal. As tropas que marcharam de São Paulo estavam sob o comando do coronel Manuel Pedro Drago, nomeado presidente da província de Mato Grosso em substituição ao coronel Frederico Carneiro de Campos, aprisionado com o vapor Marquês de Olinda, em 12 de novembro de 1864.
As tropas que marcharam de Ouro Preto estavam sob o comando do coronel José Antonio da Fonseca e se subordinavam ao coronel Drago.
Como de costume, organizaram-se comerciantes, que acompanhavam as tropas com seus carros e carretas, levando quinquilarias, vestuário e algum alimento para venda aos soldados (que recebiam seus pagamentos em marcha). Mulheres, fossem dos soldados ou dos oficiais, ou solteiras (as vivandeiras), acompanhavam a tropa.” (2)
A força que deixou Uberaba com destino a Cuiabá, à altura do rio do Bois, em Goiás, por ordem superior, tomou o rumo de Coxim, onde chegou a 18 de dezembro.

Notas
(1) J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, 1980 p 63
(2) Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, 1991, p 176

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, 2004.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Acontenceu a 3 de setembro

Um pouco da História de Mato do Sul

1825 – Expedição Langsdorf deixa o Rio de Janeiro, com destino a Mato Grosso e Amazônia. Hercules Florence, 2º desenhista da comissão científica russa, inicia também sua aventura literária:
“Numa sumaca chamada Aurora, que fazia viagens de cabotagem, partimos da cidade do Rio de Janeiro no dia 3 de setembro de 1825. O tempo mostrava-se favorável para depressa alcançarmos Santos, 40 léguas a S. O. ; não estávamos contudo a cômodo nesse acanhado barco, tanto mais quanto, além das cargas e das bagagens nossa que levava, transportava 65 escravos, negros e negras, recentemente introduzidos d’África e todos cobertos duma sarna, adquirida na viagem, que, exalando grande fétido, poderia nos ter sido nociva, caso durasse mais o contato a que ficávamos obrigados e fora a atmosfera calma e parada. Felizmente, dia e noite, soprou o vento fortemente, levando-nos à embocadura do canal de Santos em 48 horas, quando às vezes acontece que se gastam mais de três semanas no mesmo trajeto.” A missão que cruzou Mato Grosso de Sul a Norte, passou pelo Pará, terminou apenas em março de 1929, na volta dos sobreviventes ao Rio de Janeiro. *

* Hercules Florence, Viagem Fluvialmdo Tietê ao Amazonas, 1942

do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, Edipan, 2004.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Aconteceu no dia 01 de setembro

Um pouco da História de Mato Grosso do Sul

1927 – Morre no Taboco, o coronel Jejé. Aos 75 anos, falece em sua fazenda no município de Aquidauana, o coronel José Alves Ribeiro. Político influente no final do século XIX na região Sudoeste, foi um dos fundadores da cidade, onde morou, por muito tempo antes de exilar-se na fazenda. Seu neto, Renato Alves Ribeiro, que o conheceu já no final da vida, relembra:
“Vovô Jejé era um homem de temperamento alegre, apesar de ser um homem enérgico. Gostava de contar casos, gostava de política e sempre exerceu influência no Estado. Sua casa funcionava como um ponto de reunião da cidade. Pela manhã recebia na sala de visita, à tarde aproveitava a fresca da sombra da casa e à noite a roda era feita na porta da rua. Sempre roda grande, correndo um cafezinho e uns bolinhos de queijo, de horas em horas. Essas reuniões iam sempre até as 9:30 – 10 horas. Ali era um ponto de encontro das principais famílias da vila.
Tinha ao lado da casa o seu curral, com vacas de leite e cavalos arreados. Ali chegavam as carretas do Taboco, trazendo produtos da fazenda para abastecimento da casa e produtos para comercializar, como couros secos, charque, etc.
A sua casa era grande, farta e com enorme criadagem, principalmente bons cozinheiros, que quase sempre eram índios terenas.”*

Fonte:

* Renato Alves Ribeiro, Taboco, 150 anos - balaio de recordações, 1984 p 69

Do meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal, p 350