domingo, 5 de agosto de 2007

Trocadalhos do carilho

UMA PIZA DÁ PRA VINTE COMER

Hoje eu estive com o Fialho. Jovial e jocoso, o Fialho dá-se ao trabalho de construir trocadilhos. É dele, com patente registrada e tudo, o famoso trocadalho do carilho. Não confunda Raimunda da bunda grande com a bunda grande da Raimunda. Este talvez seja o de mais mal gosto, mas ele conta como se fosse uma preciosidade glotológica. Tem os que ele considera mais inteligentes: fita é virgem porque o gravador é stério, eu acordo mais tarde do que deveria e o Edir Macedo, eu sou pau rodado e o Valter Pereira, eu sei cantar e o Edson Contar, eu pinto parede e o Jânio Quadros, o Pateta usa teclado e o Mickey Mouse. Tem os mais tradicionais, mas da mesma forma infames: não confunda bife à milanesa com bife ali na mesa, não confunda ré presa com represa. E tem também os que ele acha inéditos e fadados ao sucesso: por que as plantinhas não falam? Porque elas são mudas, para que servem os olhos verdes? Para ver de perto. Por fim, os mais pesados, que ele solta apenas quando a dose de caipirinha atinge o mais elevado grau de liberalidades. Estes vêm quase em forma de pergunta e pegadinha: se eu comprar uma pizza, dá para vinte comer? Gosta de café de máquina ou no coador é mais forte? O Fialho é um barato. Cara é a companhia do cara. Tudo tem seu preço, morador tem endereço, passista tem adereço, todo fim tem um começo e eu começo a desconfiar que o Fialho anda inventando trocadilho na Internet. Seja como for, entre a parapsicologia do padre Quevedo e a anfibologia do meu chegado, fico com este pra encerrar o papo: eu como cebola e o Fialho.

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