terça-feira, 29 de setembro de 2009

Honduras vencerá!

O twitter abre espaço para uma discussão esclarecedora sobre o golpe de Estado em Honduras. Aqui no Brasil o episódio foi, equivocadamente, reduzido ao lulismo e ao anti-lulismo. Estes chegam ao disparate de tentar justificar a aventura institucional. Alguns ousam a recorrer a própria Constituição hondurenha em sua arrevesada argumentação, como se uma Carta democrática pudesse autorizar investidas contra o Estado de Direito. Mas vamos aos fatos. O presidente Manoel Zelaya não propôs a reeleição. O que ele fez foi tentar incluir na eleição de novembro pedido de referendo sobre a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. Por que A Constituição hondurenha é um documento de legitimidade questionada, por sua origem “autorizada” pelos americanos em 1982, em troca de base para os contra da Nicarágua. É possível mesmo que Zelaya tivesse planos de voltar ao poder, mas não à reeleição, até porque a Constituinte que ele propunha deveria ser convocada exatamente para depois de seu mandato. Usou-se a Constituição como pretexto para se rasgar a própria Constituição. Se houvesse qualquer legitimidade na deposição do presidente, com certeza, não teria tido o repúdio unânime da comunidade internacional. A posição do governo brasileiro é a prática da democracia em sua essência. Como líder continental, o país não poderia omitir-se e o faz autorizado pelo ideal de liberdade de seu povo e autorizado pela OEA, ONU e todas as nações livres do mundo. Graças a esta reação determinada, Honduras voltará à normalidade e a paz voltará a reinar no Continente.

2 comentários:

Alexssandro Loyola disse...

Desculpe-me. Mas o texto faz jus ao ministro Celso Amarin, notório lacaio de Chaves e de qualquer país que desejar usar o Brasil como tapete ou joguete.
Lamentável que se possa pensar que os brasileiros desejam ser "lideres" globais, na base da pólvora e demagogia.

sergio cruz disse...

Respeito seu ponto de vista, democraticamente. Poderia até concordar se não fosse para supervalorizar o Hugo Chaves, na minha opinião, figura minúscula no contexto político do Continente. Trato do meu artigo do ódio mortal e desprezo que tenho pela ditadura, seja ela de direita, esquerda ou "constitucional" como querem os defensores do golpe hondurenho.