domingo, 22 de julho de 2007

Virtudes obscenas

O MILAGRE DO MEL

O padre Quevedo já conseguiu à distância decifrar o mistério da Nossa Senhora que jorra mel em Campo Grande. Para ele e sua parapsicologia tudo não passa de um simples aporte. O aporte é o ato da casa pegar fogo, a imagem chorar lágrima ou sangue e até mel. Eu não me convenci com a explicação do caçador de mitos religiosos, mas cheguei a uma conclusão: se a parapsicologia existisse há dois mil anos, certamente, teria havido uma explicação científica para a ressurreição de Cristo. Não quero com isso justificar minha fé no fenômeno, e sim mudar de assunto, que, religião não se discute, política se incute, a mentira repercute, e por menos que se escute, dá pra ouvir os gemidos das almas penadas perambulando pelos corredores das assembléias e estertores das governadorias, em busca, quem sabe, de um encontro fortuito com alguma mídia técnica ou mesmo um olhar de indiferença e até um gesto obsceno, daqueles de puxar os braços para trás e mover os quadris para frente, bater com a mão vazia sobre a fechada e o mais comum, que é a exibição ostensiva do fura-bolo. O palavrão, apesar de muito mais agressivo, é menos significativo. O gesto é abrangente. É como um número. Todos entendem, até o analfabeto. O palavrão é íntimo, o gesto intimidativo. Aquele é individual, este coletivo. Tem dia que a gente amanhece querendo mandar tudo à puta que o pariu, mas se contém, porque ninguém tem a ver com nossas frustrações. Mas, pra não perder a moral da história, aqui pra você, oh!

Um comentário:

Anônimo disse...

Sérgio, sou evangélico e respeito a crença de cada um.
Mas, cá pra nós...
Esse "padre" Quevedo deveria ser intitulado de incrédulo Quevedo. Pô, esse "cara" acredita em que? Visto que essa parapsicologia barata dele só sabe é falar mal de tudo. Bom, ele ao menos deve acreditar que exista um Deus, portanto ele não é um ateu mas pra mim ele é um atoa.