quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Quem tem medo do Edir Macedo

A entrevista do bispo Edir Macedo deixou meridianamente claro o componente político das denúncias do MP contra ele e seus negócios religiosos e empresariais. Em dois momentos o fundador da Igreja Universal foi enfático. Quando disse que antigamente implicavam com ele porque receavam que viesse a ser candidato à presidência da República e quando estranhou que a ação foi movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e não pelo MPF. Edir Macedo é atualmente o líder religioso de maior força política no Brasil. Tem até um partido: o PRB, com quatro deputados federais e um senador, além de deputados e vereadores esparramados em todas as bancadas do Congresso e esparramados pelo Brasil afora, além de um filiado especial: o vice-presidente José de Alencar. Um apreciável patrimônio eleitoral, capaz de decidir eleições em qualquer nível. Em 2002 seu apoio teve importante significado na reeleição do presidente Lula. Seu partido faz parte da base de apoio do governo no Congresso Nacional. Isto, por si só, justifica o bombardeio conta a IURB e a Rede Record. Há uma disputa aberta pelo mercado da publicidade na tv, até então monopolizado pela Globo e uma resposta ao expressivo poderio político do bispo, que deve ser barrado, antes que se torne incontrolável. Se a iniciativa do MP de São Paulo não teve nenhuma ingerência do governador José Serra, com certeza, atendeu seus imediatos interesses políticos, incompatíveis com os compromissos do acusado.

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