sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sem terra e sem juizo

Quem vai segurar o MST?

Minha simpatia pelo MST vem de sua fundação em meados da década de 80 do século passado. Minha atividade política tem estreita relação com o movimento, do qual me afastei quando este decidiu ampliar suas ações para além da luta pela reforma agrária. O MST se transformaria em partido político, abrigado no PT, assumindo o papel de vanguarda da revolução socialista brasileira à esquerda da tradicional esquerda brasileira, com vocação nitidamente marxista. Como democrata pluralista não o hostilizo, porque defendo o regime da tolerância ideológica, onde todos possam igualmente professar seus postulados. Algumas atitudes do MST são perfeitamente assimiladas pela democracia. Até a invasão de terras improdutivas, tida como um atentado ao direito de propriedade, é justificável em seus critérios de radicalidade. O que é condenável e desacredita-o é sua ação predatória contra o patrimônio público ou privado. O vandalismo contra um canteiro de mudas da Aracruz no Rio Grande do Sul e a recente devastação de um laranjal no interior de São Paulo, estão longe de um partido revolucionário e muito perto de uma organização com características anarquistas ou completamente acéfala. Estes atos de destruição gratuita subvertem a ordem e remetem-no ao obscurantismo social e à clandestinidade política. As reformas e as revoluções nascem dos sonhos e até da utopia, mas só se consolidam na prática de atos calculados e possíveis, tendo como objetivo comum o bem-estar das pessoas.Por isso não creio que esta explosão de ódio e improvisação do MST seja produto da cabeça de um Stedile ou Egídio Brunetto.

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