segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Aconteceu a 26 de outubro

Um pouco da História do Estado do Pantanal

1864 – Nasce em Nioaque, Jango Mascarenhas. Em dezembro de 1891 passa a integrar o conselho de administração da intendência de Nioaque, assumido a presidência do mesmo em 1892, quando reuniu e comandou as forças que, no sul do Estado combateram os rebeldes do coronel Barbosa, que haviam deposto o governador Manoel Murtinho.
Em 1894, Jango elege-se deputado estadual.
Em 1896 atacou e destruiu a fazenda Santa Rosa, de João Caetano Teixeira Muzzi, fundador do Partido Autonomista, que defendia a separação do Sul.
Em 1899 é eleito 2º vice-presidente do Estado, em chapa encabeçada pelo capitão Antonio Pedro Alves de Barros, com quem rompe em seguida, acompanhando seu líder, Generoso Ponce. Em 1901 refugia-se no Paraguai, de onde reuniu um grupo de mercenários e invadiu o Estado, sob a bandeira da divisão do Estado. Foi perseguido por forças legalistas, comandadas pelo coronel Jejé, de Aquidauana. Sua tropa foi destroçada e ele morto a 21 de outubro de 1901, às margens do Taquarussu. 1

1894 – Circula o jornal A Voz do Sul. Sai a edição no 1 do primeiro jornal de Nioaque. Foi seu redator João Cláudio Gomes da Silva, impresso em equipamento gráfico adquirido em Cuiabá, da antiga tipografia do jornal A Situação, pelo coronel Jango Mascarenhas. Sua linha editorial obedecia às seguintes diretrizes:

“Somos alheios a toda e qualquer seita religiosa, mas convencidos apesar da diversidade das partes doutrinárias de que todas as religiões partem do mesmo princípio que - é a moral voluntários, apresentamo-nos como sectários desses altos princípios sociais, sendo a nossa divisa do desinteresse: para a sociedade, pela sociedade.
Republicanos de princípios, para nós a República é a chave que coroa a abóboda desse grande edifício de conquistas político-sociais.
Que a Repúiblica é o único governo que pode fazer a felicidade do povo brasileiro: eis as nossas convicções.
Treabalhar pelo engrandecimento da pátria matogrossense em todo terreno; defender os interesses estaduais, nas questões de interesse geral e batermo-nos pelos interesses do sul em todas as questões em que for envolvido, eis o nosso programa.”
Em 1896 o jornal foi empastelado e o material gráfico todo atirado no rio Nioaque. O autor recebeu o cognome de Onça Preta. 2
1963 – Prefeitos e vereadores aprovam divisão. Renidos em Corumbá, no II Congresso da Associação Mato-grossense dos Municípios, foi discutida e votada moção aprovando a divisão do Estado:
“45 votos contra 11 e uma abstenção assinalaram a vitória da tese divisionista no 2o. Congresso da Associação Mato-Grossense do Municípios, reunido em outubro p.p. em Corumbá.
Maioria expressiva, que revela a compreensão do problema da descentralização administrativa no grande Estado do Oeste e as vantagens que dela decorrerão, imediatamente.
Norte e Sul desfrutarão benefícios da providência, quando se concretizar após o processo determinado pelas leis constitucionais que regem o Estado e a Nação.
Premissas de uma fase de notável desenvolvimento sócio-econômico naquele vasto território pátrio são perfeitamente justificadas, agora, como o eram em etapa mais prolongada, antes da decisão histórica do 2O Congresso da A.M.M.
Formadas as duas novas unidades federativas , a Pátria se engrandecerá mais depressa com o esforço disciplinado de mato-grossenses do norte e de mato-grossenses do sul, conjugado no ritmo comum do progresso da Federação.
Urge, portanto, que providências concretizadoras da formação dos dois novos estados de desenvolvam com brevidade, num ambiente de concórdia e de recíproca tolerância, que evidencie a perfeita integração das populações matogrossenses no primado da democracia em que vive e prospera a nação.
E que não se repitam os lamentáveis acontecimentos provocados por grupos de desordeiros, que intentaram tumultuar o 2O Congresso da A. M. M., comprometendo com a sua atitude insólita os foros de civilização que Corumbá conquistou, mercê das sua perfeita identidade com os postulados democráticos.” 3

Notas

1 Miguel A Palermo, NIOAQUE, 15
2 Rubens de Mendonça, HISTORIA DO JORNALISMO DE MATO GROSSO, 85
3 Revista BRASIL OESTE, Edição 87, p 45

De meu livro DATAS E FATOS HISTÓRICOS, 388

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