quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Ser e não ser

PASSIVO FUTURO

Não sei mais o que é certo ou errado, erado ou novato, irado ou calmo, calmante ou excitado, enervante e aplacado, apoucado e valorado, valoroso e humilhado, humorado ou arrogante, arrojado e indolente, indolor ou dolorido, doloso ou inocente, inoculável ou imune, imundo e imaculado, imaginário e real, realçado e corriqueiro, corroído e intato, intátil e palpável, palpitante ou quebrantado, quebradiço e consistente, consoante e concorrente, concrescente ou insoldável, insondável e descerrado, descartado e reciclado nada pode ser julgado. Atire a primeira pedra aquele que nunca foi perdoado, perdido ou achado, achatado ou redondo, redundante ou comedido, comedor ou inapetente, inaplicável e empregado, empedrado e elastecido, eletrizante ou trivial, triunfal ou superado, sopeso e medido, medicado e recaído, recalcado e extrovertido, extrusivo e bem-vindo, bem-talhado e malfeitor, malferido e ileso, leso, liso e louco. De mudo e mouco cada qual temos um pouco, o pouco sem Deus é parco, o pardo sem luz é preto, o prato sem carne é fraco, o frasco vazio é oco, o soco no ar acerta, a seita não aceita os dogmas, a sesta já não regala, o gargalo não regula, o régulo não rege, o regimento é falho, a folha é seca, o saco está furado, o ferido foi curado e o curau esfriou. Tudo é relativo, o relato é duvidoso, a dúvida é desfeita, a desfeita vingada, a vingança frustrada, a frustração reparada, o reparo inservível, a inserção imprópria, a propriedade privada, a privatização equívoca, a equivalência díspar, disparidade ímpar, imparcialidade iníqua, iniqüidade isenta, isenção suspeitável e a insanidade, mental. Vale a pena não ser.

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