sábado, 14 de novembro de 2009

Manual de cultural inútil

O apagão e as calças na mão


O apagão desta vez me pegou desprevenido. Estava no banheiro matando palavras cruzadas e bem na hora que ia consultar o banco de palavras, pimba, catapimba! Uma hora depois a luz voltou. Somente nesta hora fiquei sabendo pela televisão que o país inteiro havia saído do ar. A parte boa do apagão é a discussão em torno. Os lulistas fazem a comparação e concluem que tudo não passou de um mini-incidente, segundo o reincidente Tarso Genro. Os tucanos não acreditam em acidente. Cada qual tem uma explicação para mostrar sua razão. Todos fazem pré-juízo mas ninguém fala em quem vai pagar o prejuizo. O apagão queimou meus neorôneos bons e acendeu meus neorôneos ruins. Fiquei uma hora no escuro, sem twittar, correndo risco de arrastão e até de ser riscado do mapa, arrastado pro mato, arrostado o perigo, enroscado num fio desencapado, atacado pelo pitbull do vizinho, sozinho para desvendar os mistérios da origem do custo, os critérios para evitar as vertigens no susto, o vetusto comentarista e seus astutos pontos de vista, contos de fada, fadados ao fedor, fedonhos em excesso, com acesso aos acessórios, acessíveis aos sensores, censurados para maiores, permitidos para a maioria, premeditados por um promotor, promovidos por um delator, deletados por um diletante, dilatados além dos limites, limitados pela necedade, necessários aos necessitados, nefastos aos sucedidos, suscetíveis ao sossegado, assustado com o bombardeio de notícias catastróficas, como se o Chaves houvesse iniciado sua guerra contra o Bush. O apagão acabou com todas minhas chances de vitória na eleição, mas o importante continua sendo competir.

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