sábado, 24 de abril de 2010

Couro da correia

A santo que não conheço não rezo nem ofereço, a endereço desconhecido não mando carta comum, a zum-zum não dou ouvidos, a vencidos não dou a mão, a patrão não bato ponto, a tonto não dou estrada, na parada vou atrás, na paz vou à frente, da corrente sou um elo, do marmelo sou a casca, da lasca sou o espinho, do caminho sou a reta, da meta sou a metade, da verdade sou a versão, da visão sou o estrabismo, do abismo a profundez, do mês o feriado, do cerrado o guaviral, do pau a cangalha, da mortalha o morteiro, dos primeiros o do meio, dos cheios o vazio, do pavio a centelha, da parelha a correia, da ceia a sobremesa, da certeza a descrença, da desavença os rumores, dos temores o tremor, do clamor a comoção, da emoção o desdém, de quem tem o seguidor, do penhor o avalista, da lista o nome riscado, do passado o passatempo, do cata-vento o alísio, do incrível o crédulo, ao régulo regulo, ao fulo a flor, à dor a dormência, à demência a lucidez, da fluidez o fluido, do ruído a ruindade, da variedade o vário, do aviário o avestruz, da cruz o pelo-sinal, do varal a roupa limpa, das grimpas o horizonte, da fonte a água fria, do dia o entardecer, do amanhecer a aurora, da mora a morada, da manada o boi bandido, do ferido a aferição, da refeição o tempero, do desespero o despojar, do manjar o leite, do deleite o ócio, do fóssil o focinho, do domínio o dominó, do pior a piada, da virada o virado, do virago o sapato, do pato as patadas, das pitadas os apitos, do apisto o conforto, do porto o seguro, do puro o purê, do porquê o porém, do vintém o centavo, do escravo o escrevente, do valente o valete...

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