sábado, 1 de março de 2008

Dormência

TUMBA RETUMBANTE

Os mortos vivem, os vivos morrem, os ativos não correm, os nativos concorrem, os concorrentes perdem, os perdedores perdoam, os perdoados reincidem, os reincidentes resistem, a resistência se rende, a redenção não salva, o salvador não tem pressa, apressado come cru, a crueldade é inevitável, a saudade é salutar, a saúde é dispensável, a despensa está vazia, o vasilhame está repleto, o replay é mais completo, o complemento é importuno, o infortúnio é inerente, o inerme é defensável, o defensivo é inofensivo, o ofensivo é perdoável, o perdurável é prematuro, o pragmático é visionário, a visionice é existente, a existência é aterna, a eternidade é finita, o infinito é retraído, o retrato é retocado, o retoque não esconde, o escondido é descoberto, a descoberta é um plágio, o acobertado está exposto, a exposição dissimula, a súmula não assimila, a assimetria assemelha, as semelhanças não são mera coincidência, a coindicação é simples ingerência, a ingestão é pura gulodice, as guloseimas não engordam, o engodo não belisca, o obelisco não simboliza, a simbiose não procria, a procastinação não atrasa, o atraso é atração, a traição é natural, a natureza é cinza, o cinzel não esculpe, a culpa não penaliza, as penas sequer abanam, o abono mal gratifica, a gratidão é fictícia, o ficto é probatório, a probidade é lenda, a lêndea é inaderente, o inadequável incorpora, o incorpóreo é palpável, o palpitante é insípido, o insipiente é um sábio, o sabe-tudo ignora, a ignomínia não ofende, à oferenda suspeite, o suspense não agita, a agitação não conflita, a confluência não converge, a conversão não salva, a salva não engorda, o engonço enguiça, o esguicho não tem liquido e a liquidação está liquidada.

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