terça-feira, 27 de julho de 2010

Manual da cultura inútil

(DES)ENCONTROS

A gente se encontra lá no lado de cá do cabo, no cabide de emprego, no empreguiçar do ócio, no energizar do fóssil, no fosso da façanha, na facção dos fornicadores, fornindo a forquilha, forqueando os caminhos, no escaninho dos escombros, no escambo do escambau, no escamar da traíra, na traição do tirateima, na tração das quatro rodas, na rodada da semana, no semáforo apagado, no apego à desvalia, no desvalijar do vale, na vala comum da vila, no velejar do varejo, no vareio da derrota, no derrogar das conquistas, com os quistos da amargura, no amariçar das reses, com os reis e seus reinados, arruinado ou bem sucedido, suscetível à sucessão, sossegado ou na aflição, afleimado ou inquieto, desafeto ou parceiro, parcelado ou inteiro, inteirado ou enterrado, desterrar o destemido, desenterrar o passado, pressagiar a pressão, impressionar os impressos, imprensar a imprensa, impregnar o ambiente, ambicionar o hábito, habilitar a habitação, abiscoitar a bisca, beliscar o obelisco, beliche do bolicho, cochicho no bochincho, bochecha na buchada, na ducha de água fria, ao frigir dos ovos, na ovação aos vencedores, na veneta dos poetas, no poente com a lua, na rua com os pedintes, pedioso como o chinelo, chinchado ao despudor, desprovido de valor, na valise extraviada, no extravagar da estrovenga, estremunhado com o sonâmbulo, sonante com o metal, mental com a menta, a meta e a mentira, o mentecapto e seus seguidores, o segregador e seus segredos, o sagrado e o salgado, a saga e o sagaz, o sequaz e as sequelas, a sequência e a secância, a vacância e a vaca, a faca e o foco, a fécula e o fútil, o fute e suas danações. E na hora de pagar a conta a gente se desencontra.

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