sábado, 11 de abril de 2009

Ingerindo gerundio

A memória está acesa, com certeza consertando as lacunas, lacrando vazamentos, lucrando com a reciclagem, aloucando com as miragens, mirando alvos inventados, morando sob tetos inexistentes, rememorando fatos que não ocorreram, murando áreas alagadas, alegando idades avançadas, alugando moradias já moradas, legando fortunas penhoradas, ligando pontos indefinidos, logando acessos bloqueados, blocando informações inúteis, utilizando métodos ultrapassados, traspassando corpos inanimados, animando almas quebrantadas, alquebrando espíritos afoitos, infectando áreas isoladas, afetando tecidos sadios, desinfetando infecções putrefatas, purificando ares poluídos, petrificando areias movediças, amarrando cachorro com linguiça, aliando ócio remunerado à preguiça consentida, alheando conversa fiada, alienando promessa vazia, esvaziando o ódio do peito, esvaindo amargo arrependimento, esvanecendo as forças do braço, esfriando o calor do abraço, esfregando a bunda na ponta da faca, esfolando o freguês desavisado, desavindo pactos firmados, desabilitando antigos recalques, desativando anti-virus craqueados, reapresentando cenas censuradas, reavendo conceitos mal interpretados, referendando equívocos consagrados, reverenciando ídolos contrafeitos, contubernando-se com o próprio ego, ecoando estranhas doutrinas, escoando águas passadas, coando lágrimas ainda não choradas, copiando respostas erradas, copulando úteros estéreis, compilando exemplos não dados, complicando a soma dos números redondos, completando copos repletos, retomando contatos imediatos de terceiro grau., recordando passado ainda presente, recobrando futuro já passado. Os cabras estão cobrando mais ação dos cobras.

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