domingo, 11 de maio de 2008

Observâncias

DEFEITOS DESFEITOS

Nem tudo é perfeito, o defeito é apenas um detalhe, o encalhe é sobra do que foi lido, a libido não e mais que um desejo, o ensejo nem sempre é a melhor oportunidade, a maldade é o momento, o cimento é pouco sem a pedra, a cerda não limpa sem a água, a mágoa é uma mera emoção, a razão desconhece as razões, as sezões são mal estar passageiro, o dinheiro vale quanto pesa, a presa escapa ao predador, o falador cala ante a verdade, a vaidade se esvai com as rugas, a fuga não alivia, a franquia não isenta, a tormenta é efêmera, a cegueira não dá só na vista, a pista pode ser falsa, a alça é fraca, a faca é cega, a regra tem exceção, a sessão está encerrada, a estrada interrompida, a ferida cicatrizada, a boiada no piquete, sem soquete não há luz, a cruz fecha os braços, o abraço não comprime, o stream desconecta, a infecta não contamina, a vitamina não sustenta, a ementa não minucia, agonia não é morte, o forte é vulnerável, o instável se recobra, desdobra-se o limitado, só o culpado tem perdão, aluvião não represa, surpresas são esperadas, porradas não convencem, vencem os que esperam, oneram os perdedores, flores que não frutificam, ficam pra trás os cansados, usado se descarta, falta se justifica, multiplica-se o juro, o puro é maculado, mascarado mostra a cara, vara não faz magia, o dia metade é noite, açoite não regenera, a peneira só separa, cara feia não assusta, justa causa não compensa, recompensa desagrada, tabuada não faz conta, ponta de areia é praia, a vaia não desabona, dipirona não desinflama, clama uma voz no deserto, mesmo perto inda é distante, tolerante não releva, as trevas têm claridade, saudade não mata gente, a enchente fertiliza, ojeriza não engorda, a horda é disciplinada, nada é imperfeito.

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