sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Amplexo

PONTO & VÍRGULA
A reta pode ser o caminho mais distante entre dois pontos. Nem tudo é relativo. O relato, o retrato, o retrátil, o refratário, o santo no oratório, o orador no parlatório, o doador no hemocentro, o pai-de-santo no centro, o coentro no condimento, a previsão do tempo, a provisão do templo, o exemplo de retidão, a retenção da ganância, a gana por grana a mais, a paz na mira da arma, almas penadas deambulando, diatribes contestando a contextura geral, tribos se inserindo na conjuntura atual. Tudo absolutamente fora do normal, ilegal e nutriente. Quem não chora não mama, quem não mima não nana, quem assobia não chupa cana. A lei é do mais forte, má sorte também sorri, ri melhor quem ri primeiro. Primeiro os idosos, as grávidas e as crianças. A esperança dura uma eternidade. A eternidade é etéria, a fêmea é estéril, a fama é efêmera, a efeméride é histórica, a história não é como se conta, a conta é para ser conferida, com ferida ou sem lesão, ilesa ou acometida, inserida no contexto, rescindida no contrato, contrastando com a razão, raciocinando em bloco, barrado no bloqueio, bloqueado para este tipo de ligação, ligado no que não vê, vedado para menores, vidrado nos pormenores por menor que seja o caso e por maior que seja a culpa. Culpado ou inocente não nos compete inculpar, nem inculcar o delito prescrito para delatar o dolo reincidente por atroz ressentimento. As voltas que o mundo dá não voltam, as mágoas mesmo afogadas resistem, as feras quando afagadas atacam, as feridas cicatrizadas ainda ferem. Os pardais estão pintando as penas. É uma pena. Como são lindas as penas pardas do pardais.

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