segunda-feira, 9 de março de 2009

Essências essenciais

O mundo sobreviverá à desertificação do mar, à diversificação do mal, às impurezas do ar, à poluição sonora, à gestação da besta-fera, ao vírus da guerra, à bactéria do medo, à revelação do terceiro segredo, à revolução do Islam, à revogação dos tratados, à renovação dos potentados, à explosão dos atentados, aos espaços demarcados, à preservação do ódio, à prescrição da pena, à penalidade máxima, ao mínimo de pudor, à ausência de poder, à isenção dos tributos, ao tributo à tirania, ao tribalismo canibal, ao globalismo tribal, ao triunfo dos canalhas, à navalha na carne, à traça no cerne, ao caráter às traças, à virtude às troças, à troca de sexo, ao troco com juros, ao juramento quebrado, à quebra dos bancos, à hegemonia dos brancos, aos brancos da memória, à memória dos francos, à maioria de fracos, ao conteúdo dos frascos, ao Estado manteudo, ao estrado inseguro, ao seguro vencido, ao vencimento atrasado, ao ferimento exposto, ao regime deposto, ao depositário infiel, ao fiel escudeiro, à escuderia premiada, à escadaria danificada, ao dano reparado, ao dono compensado, ao dente cariado, ao crente degenerado, ao resultado adverso, ao verso não rimado, ao reverso da moeda, ao fio da meada, ao fim da mesada, ao frio na barriga, à barriga de aluguel, ao sal da barrica, a salvo na barricada, ileso da emboscada, à crítica embasada, ao líquido envasado, ao vaso vazio, ao vezo opróbio, ao viso do pobre, ao vício do nobre, às sobras do fausto, às cabras no pasto, aos dançarinos na pista, aos cabos no poste, aos estragos da peste, aos tragos do vício, ao extremo cuidado, ao gato escaldado, ao rescaldo dos fornos, ao recado das urnas, ao riscado da estrada, ao velho ditado. O homem não sobreviverá.

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