quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Manual de cultura inútil

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Eu sigo a luz frouxa do quarto-minguante, a crescente onda de insatisfação, os satisfeitos com o caos evidente, a aparente noção da verdade, as mentiras da mídia mediana, o extremo das ideologias exóticas, o normal dos seres comuns, a rareza da fortuna honesta, a corrupção dos costumes mais nobres, o pobre mais perto do deplorável, os aprovados no concurso público, o privado aos exploradores, o explorado de todos os matizes, o incolor em todas as matrizes, a filial e seus poucos momentos felizes, a infelicidade e sua plêiade, o solitário e seu tempo todo de lucidez, a insanidade das cabeças geniais, a idiotice e suas virtudes, as mazelas e suas vicissitudes, o favorável e suas bajulices, o grosseiro e suas pacholices, a lisura e suas crueldades, a benevolência e suas concussões, o inabalável e seus temores, a intrepidez e seus defensores, o indefeso e seus pesadelos, o sono e seus sonhos acordados, o adormecer e o frio da madrugada,o anoitecer e as estrelas cadentes, o ascendente e as tempestades, a calmaria e as previsões de chuva, a seca e as provisões escassas, a abundância e seus desperdícios, o aproveitável e o que lhe falta, a sobra e suas sombras, a claridade e seus tons azuis, o amarelo e seu ouro falso, o legítimo e o seu gosto amargo, o doce e seus excessos, o comedimento e seus descuidos, os cuidados e seus deslizes, a lisura e suas lesões, as cicatrizes e suas sucatas, o novo e sua inocência, a impureza e seus apuros, o alívio e seus delírios, o recato e seus recantos, o universo e seus encantos, o desencanto e seus malogros, o sucesso e seus sucessores, o insubstituível e sua substância, o vazio e sua retumbância. Quem me segue?

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